“EVITAR A MOROSIDADE NA IMPLEMENTAÇÃO DAS AUTARQUIAS AJUDA A MITIGAR PROBLEMAS SOCIAIS”
Em entrevista ao jornal OPAÍS, o director-geral da ADRA, Carlos Cambuta, refere que alguns dos principais problemas, como a saúde, a educação, o custo de vida e desemprego, podem ser mitigados evitando a morosidade na implantação e implementação das autarquias locais, considerando que o modelo centralizado, até agora em curso, não é o adequado para a solução dos vários problemas económicos e sociais que enfermam o país. .
Para o também membro do Conselho Económico e Social do Presidente da República, alguns dos principais problemas, como a saúde, a educação, o custo de vida e o desemprego, podem ser mitigados evitando a morosidade na implantação e implementação das autarquias locais, considerando que o modelo centralizado, até agora em curso, não é o adequado para a solução dos vários problemas económicos e sociais que enfermam o país
Odirector-geral da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), Carlos Cambuta, defendeu, ontem, em entrevista ao jornal OPAÍS, que a implementação das autarquias locais poderá ajudar a mitigar os principais problemas que continuam a assolar as populações angolanas.
Para Carlos Cambuta, alguns dos principais problemas, como a saúde, a educação, o custo de vida e o desemprego, podem ser mitigados evitando a morosidade na implantação e implementação das autarquias locais, considerando que o modelo centralizado, até agora em curso, não é o adequado para a solução dos vários problemas económicos e sociais que enfermam o país.
A fonte salientou que as autarquias locais constituem uma possibilidade para a resolução de tais problemas, uma vez que a ideia de “governar com o povo” encontra maior aconchego numa relação de proximidade. Por outro, alega que não basta instituir as autarquias, é necessário assegurar a efectividade de políticas sociais com a participação de todos os munícipes, independentemente do processo de autarcisação ainda em debate no país.
Contributo no desenvolvimento do país
No âmbito da implementação das suas políticas, Carlos Cambuta garantiu que a ADRA vai continuar a missão de contribuir para o desenvolvimento democrático, económico, social e ambiental do país, apoiando, especificamente, os agricultores no acesso aos factores de produção, na assistência técnica aplicada à actividade agropecuária e no apoio à legalização de iniciativas associativas e de cooperativas, bem como de legalização de terras para fins agrícolas.
“Sendo positiva a avaliação sobre a situação epidemiológica do país, apoiaremos o processo de fortalecimento de organizações da sociedade civil, com destaque para as organizações locais de base, através de realização de formações, workshops, encontros para troca de conhecimento e experiências”, disse.
Projectos desenvolvidos em 2020
Entre as principais actividades desenvolvidas no ano de 2020, a ADRA implementou 22 e dois projectos de apoio ao desenvolvimento das comunidades rurais em 274 aldeias, nas províncias de Benguela, Cunene, Huambo, Huíla, Namibe e Malanje.
Esses projectos tiveram como foco a dinamização da economia local, através de facilitação do acesso aos factores de produção, à assistência técnica e à comercialização de produtos agrícolas.
Carlos Cambuta fez saber que a organização apoiou mais de mil 748 agricultores familiares, organizados em 219 associações e 32 cooperativas agro-pecuárias. O referido apoio incidiu, fundamentalmente, na disponibilização de mais de 80 toneladas de insumos agrícolas diversos.
Ainda neste periodo, Cambuta fez saber que a organização procedeu, de igual modo, à concessão de dois tractores, sendo um para a coopeporta-fechada rativa Ndende Jongolo da Ganda e um para a cooperativa Sanjambela do Bailundo. Apoiou também a construção de sete cisternas calçadão nos Gambos e na Humpata, ainda a construção de três armazéns, sendo um para a cooperativa 1 de Janeiro em Calombinda, no Cubal, um para a cooperativa Ndende Jongolo da Ganda e outro para a cooperativa Tuapama do Longonjo.
Avançou que a ADRA apoiou também a mecanização de 70 hectares no Quela, Cacuso e Kiwaba Nzoge, bem como as associações e as cooperativas na estruturação de caixas comunitárias e na comercialização, ainda a constituição de documentos para a legalização de terras para fins agrícolas.
Apesar das inúmeras dificuldades encontradas na materialização dos seus projectos, Carlos Cambuta referiu que aquela Organização Não-Governamental conseguiu ultrapassar os empecilhos, com o apoio das suas equipas locais que, do ponto de vista administrativo, financeiro e técnico, têm trabalhado de forma autónoma desde a década de 1990, sem muita dependência à Sede da Organização.