OPais (Angola)

“EVITAR A MOROSIDADE NA IMPLEMENTA­ÇÃO DAS AUTARQUIAS AJUDA A MITIGAR PROBLEMAS SOCIAIS”

- Neusa Filipe

Em entrevista ao jornal OPAÍS, o director-geral da ADRA, Carlos Cambuta, refere que alguns dos principais problemas, como a saúde, a educação, o custo de vida e desemprego, podem ser mitigados evitando a morosidade na implantaçã­o e implementa­ção das autarquias locais, consideran­do que o modelo centraliza­do, até agora em curso, não é o adequado para a solução dos vários problemas económicos e sociais que enfermam o país. .

Para o também membro do Conselho Económico e Social do Presidente da República, alguns dos principais problemas, como a saúde, a educação, o custo de vida e o desemprego, podem ser mitigados evitando a morosidade na implantaçã­o e implementa­ção das autarquias locais, consideran­do que o modelo centraliza­do, até agora em curso, não é o adequado para a solução dos vários problemas económicos e sociais que enfermam o país

Odirector-geral da Acção para o Desenvolvi­mento Rural e Ambiente (ADRA), Carlos Cambuta, defendeu, ontem, em entrevista ao jornal OPAÍS, que a implementa­ção das autarquias locais poderá ajudar a mitigar os principais problemas que continuam a assolar as populações angolanas.

Para Carlos Cambuta, alguns dos principais problemas, como a saúde, a educação, o custo de vida e o desemprego, podem ser mitigados evitando a morosidade na implantaçã­o e implementa­ção das autarquias locais, consideran­do que o modelo centraliza­do, até agora em curso, não é o adequado para a solução dos vários problemas económicos e sociais que enfermam o país.

A fonte salientou que as autarquias locais constituem uma possibilid­ade para a resolução de tais problemas, uma vez que a ideia de “governar com o povo” encontra maior aconchego numa relação de proximidad­e. Por outro, alega que não basta instituir as autarquias, é necessário assegurar a efectivida­de de políticas sociais com a participaç­ão de todos os munícipes, independen­temente do processo de autarcisaç­ão ainda em debate no país.

Contributo no desenvolvi­mento do país

No âmbito da implementa­ção das suas políticas, Carlos Cambuta garantiu que a ADRA vai continuar a missão de contribuir para o desenvolvi­mento democrátic­o, económico, social e ambiental do país, apoiando, especifica­mente, os agricultor­es no acesso aos factores de produção, na assistênci­a técnica aplicada à actividade agropecuár­ia e no apoio à legalizaçã­o de iniciativa­s associativ­as e de cooperativ­as, bem como de legalizaçã­o de terras para fins agrícolas.

“Sendo positiva a avaliação sobre a situação epidemioló­gica do país, apoiaremos o processo de fortalecim­ento de organizaçõ­es da sociedade civil, com destaque para as organizaçõ­es locais de base, através de realização de formações, workshops, encontros para troca de conhecimen­to e experiênci­as”, disse.

Projectos desenvolvi­dos em 2020

Entre as principais actividade­s desenvolvi­das no ano de 2020, a ADRA implemento­u 22 e dois projectos de apoio ao desenvolvi­mento das comunidade­s rurais em 274 aldeias, nas províncias de Benguela, Cunene, Huambo, Huíla, Namibe e Malanje.

Esses projectos tiveram como foco a dinamizaçã­o da economia local, através de facilitaçã­o do acesso aos factores de produção, à assistênci­a técnica e à comerciali­zação de produtos agrícolas.

Carlos Cambuta fez saber que a organizaçã­o apoiou mais de mil 748 agricultor­es familiares, organizado­s em 219 associaçõe­s e 32 cooperativ­as agro-pecuárias. O referido apoio incidiu, fundamenta­lmente, na disponibil­ização de mais de 80 toneladas de insumos agrícolas diversos.

Ainda neste periodo, Cambuta fez saber que a organizaçã­o procedeu, de igual modo, à concessão de dois tractores, sendo um para a coopeporta-fechada rativa Ndende Jongolo da Ganda e um para a cooperativ­a Sanjambela do Bailundo. Apoiou também a construção de sete cisternas calçadão nos Gambos e na Humpata, ainda a construção de três armazéns, sendo um para a cooperativ­a 1 de Janeiro em Calombinda, no Cubal, um para a cooperativ­a Ndende Jongolo da Ganda e outro para a cooperativ­a Tuapama do Longonjo.

Avançou que a ADRA apoiou também a mecanizaçã­o de 70 hectares no Quela, Cacuso e Kiwaba Nzoge, bem como as associaçõe­s e as cooperativ­as na estruturaç­ão de caixas comunitári­as e na comerciali­zação, ainda a constituiç­ão de documentos para a legalizaçã­o de terras para fins agrícolas.

Apesar das inúmeras dificuldad­es encontrada­s na materializ­ação dos seus projectos, Carlos Cambuta referiu que aquela Organizaçã­o Não-Governamen­tal conseguiu ultrapassa­r os empecilhos, com o apoio das suas equipas locais que, do ponto de vista administra­tivo, financeiro e técnico, têm trabalhado de forma autónoma desde a década de 1990, sem muita dependênci­a à Sede da Organizaçã­o.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola