CONCURSO PARA AUXILIARES DE LIMPEZA AGITA BENGUELA
SOCIEDADE: Milhares de cidadãos, um pouco pela província, dirigem-se, desde Segunda-feira, 11, às administrações municipais, a fim de tratar documentos que os habilite a participar no concurso público de ingresso para auxiliares de limpeza no sector da Educação. Entre os cidadãos, há quem aponte injustiça no processo, por não admitir candidatos com habilitações literárias superiores à sexta classe. .
Milhares de cidadãos, um pouco pela província, dirigem-se, desde Segunda-feira, 11, às administrações municipais, a fim de tratar documentos que os habilitem a participar no concurso público de ingresso para auxiliares de limpeza no sector da Educação. Entre os cidadãos, há quem aponte injustiça no processo, por não admitir candidatos com habilitações literárias superiores à sexta classe. A Liga dos Deficientes, por sua vez, apela para o cumprimento das quotas estabelecidas para pessoas com necessidades especiais
Os caminhos de vários cidadãos, nestes primeiros dias após o anúncio do concurso público no que tem à testa Ministério de Luísa Grilo, foram dar às lojas de registos e às Administrações Municipais locais, a fim de emitir, fundamentalmente, assentos de nascimento e bilhetes de identidade.
Muitos dos cidadãos preferiram actualizar os seus documentos pessoais justamente agora, por causa do referido no concurso, daí a razão de se ter registado uma enchente considerável nestas instituições, justificaram, à imprensa, alguns responsáveis.
Na Segunda-feira, 11, a Loja dos Registos de Benguela, por exemplo, registou tanta enchente que, para poder funcionar, os responsáveis tiveram de solicitar o suporte das forças da ordem, com a polícia nacional a capitanear as atenções.
O mesmo cenário foi observado na administração do município sede da província, para onde foram, na manhã de Terça, 12, movimentados agentes e cavalos, obrigando a interdição temporária da rua traseira da Administração Municipal de Benguela.
Nesta, o administrador adjunto Cristiano Fernandes afirmou que as administrações comunais estavam a ser envolvidas, de modo a facilitar o processo de emissão de assento de nascimento, de modo a corresponder à demanda diária.
Cada cidadão lutava para tratar os documentos pessoais e, por conseguinte, concorrer a uma vaga, uma vez que o emprego, conforme disse um cidadão que se identificou apenas como Manuel, está difícil, tendo, na mesma circunstância, manifestado insatisfação por aquilo a que chamou de “exclusão” a quem tenha um nível académico superior à sexta classe, invocando, por isso, o princípio constitucional de igualdade, previsto no artigo 23.º.
“Estou aqui desde às 5 horas e ainda não fui atendido”, lamentou ao jornal OPAÍS, presente na sede da Administração de Benguela.
Liga de Apoio aos Deficientes chama a atenção
Da ronda feita pela reportagem deste jornal, nestes dois dias de arranque do processo, foi possível constatar que uma boa parte de cidadãos desconhece alguns requisitos exigidos. De forma Exemplificativa, sublinhe-se, porém, o facto de alguns estudantes universitários terem, igualmente, tentado à sorte na esperança de obter uma das 650 vagas disponíveis a nível da província e, com efeito, ganharem um posto de trabalho.
Para o concurso em vigor, o responsável da Liga de Apoio à Integração dos Deficientes, Filipe Socunje, apela para a necessidade de cumprimento de pressupostos contidos no Decreto n.º 12/16, relativo a percentagens estabelecidas para pessoas com necessidades especiais em concursos públicos.
Filipe Socunje reconhece haver, neste quesito, uma estreita colaboração com algumas instituições do Estado, porém nota aquilo a que chama de letargia no cumprimento da letra da lei, que destina 4% das vagas a pessoas com deficiência.
Para atender a milhares de candidatos que estão, desde Segunda-feira, 11, a acorrer às administrações municipais, a província de Benguela conta com apenas 650 vagas, sendo o Lobito o município com mais vagas, que são 75, a seguir estão posicionados o Cubal e a Catumbela, com 70 cada.
Nesta perspectiva, o Gabinete Provincial da Educação e o júri criado para o efeito têm vindo a desenvolver um trabalho tendente à criação de condições materiais, com vista ao arranque do processo de inscrições “sem quaisquer sobressaltos”, conforme sublinhou o seu director Evaristo Calopa Mário, justificando, pois, que a província só não começou o processo de inscrição no dia 11, como previsto, por questões de natureza administrativa, mas que já está tudo acautelado.
“Não há qualquer situação que venha alarmar os nossos concidadãos, porque o processo de inscrição vai ocorrer durante 20 dias. O dia que não foi observado (dia 11) vai ser acrescido ao dia seguinte do último dia constante do calendário”, tranquiliza o responsável.
“Não há qualquer situação que venha alarmar os nossos concidadãos, porque o processo de inscrição vai ocorrer durante 20 dias”