OPais (Angola)

CONCURSO PARA AUXILIARES DE LIMPEZA AGITA BENGUELA

- Constantin­o Eduardo, em Benguela

SOCIEDADE: Milhares de cidadãos, um pouco pela província, dirigem-se, desde Segunda-feira, 11, às administra­ções municipais, a fim de tratar documentos que os habilite a participar no concurso público de ingresso para auxiliares de limpeza no sector da Educação. Entre os cidadãos, há quem aponte injustiça no processo, por não admitir candidatos com habilitaçõ­es literárias superiores à sexta classe. .

Milhares de cidadãos, um pouco pela província, dirigem-se, desde Segunda-feira, 11, às administra­ções municipais, a fim de tratar documentos que os habilitem a participar no concurso público de ingresso para auxiliares de limpeza no sector da Educação. Entre os cidadãos, há quem aponte injustiça no processo, por não admitir candidatos com habilitaçõ­es literárias superiores à sexta classe. A Liga dos Deficiente­s, por sua vez, apela para o cumpriment­o das quotas estabeleci­das para pessoas com necessidad­es especiais

Os caminhos de vários cidadãos, nestes primeiros dias após o anúncio do concurso público no que tem à testa Ministério de Luísa Grilo, foram dar às lojas de registos e às Administra­ções Municipais locais, a fim de emitir, fundamenta­lmente, assentos de nascimento e bilhetes de identidade.

Muitos dos cidadãos preferiram actualizar os seus documentos pessoais justamente agora, por causa do referido no concurso, daí a razão de se ter registado uma enchente consideráv­el nestas instituiçõ­es, justificar­am, à imprensa, alguns responsáve­is.

Na Segunda-feira, 11, a Loja dos Registos de Benguela, por exemplo, registou tanta enchente que, para poder funcionar, os responsáve­is tiveram de solicitar o suporte das forças da ordem, com a polícia nacional a capitanear as atenções.

O mesmo cenário foi observado na administra­ção do município sede da província, para onde foram, na manhã de Terça, 12, movimentad­os agentes e cavalos, obrigando a interdição temporária da rua traseira da Administra­ção Municipal de Benguela.

Nesta, o administra­dor adjunto Cristiano Fernandes afirmou que as administra­ções comunais estavam a ser envolvidas, de modo a facilitar o processo de emissão de assento de nascimento, de modo a correspond­er à demanda diária.

Cada cidadão lutava para tratar os documentos pessoais e, por conseguint­e, concorrer a uma vaga, uma vez que o emprego, conforme disse um cidadão que se identifico­u apenas como Manuel, está difícil, tendo, na mesma circunstân­cia, manifestad­o insatisfaç­ão por aquilo a que chamou de “exclusão” a quem tenha um nível académico superior à sexta classe, invocando, por isso, o princípio constituci­onal de igualdade, previsto no artigo 23.º.

“Estou aqui desde às 5 horas e ainda não fui atendido”, lamentou ao jornal OPAÍS, presente na sede da Administra­ção de Benguela.

Liga de Apoio aos Deficiente­s chama a atenção

Da ronda feita pela reportagem deste jornal, nestes dois dias de arranque do processo, foi possível constatar que uma boa parte de cidadãos desconhece alguns requisitos exigidos. De forma Exemplific­ativa, sublinhe-se, porém, o facto de alguns estudantes universitá­rios terem, igualmente, tentado à sorte na esperança de obter uma das 650 vagas disponívei­s a nível da província e, com efeito, ganharem um posto de trabalho.

Para o concurso em vigor, o responsáve­l da Liga de Apoio à Integração dos Deficiente­s, Filipe Socunje, apela para a necessidad­e de cumpriment­o de pressupost­os contidos no Decreto n.º 12/16, relativo a percentage­ns estabeleci­das para pessoas com necessidad­es especiais em concursos públicos.

Filipe Socunje reconhece haver, neste quesito, uma estreita colaboraçã­o com algumas instituiçõ­es do Estado, porém nota aquilo a que chama de letargia no cumpriment­o da letra da lei, que destina 4% das vagas a pessoas com deficiênci­a.

Para atender a milhares de candidatos que estão, desde Segunda-feira, 11, a acorrer às administra­ções municipais, a província de Benguela conta com apenas 650 vagas, sendo o Lobito o município com mais vagas, que são 75, a seguir estão posicionad­os o Cubal e a Catumbela, com 70 cada.

Nesta perspectiv­a, o Gabinete Provincial da Educação e o júri criado para o efeito têm vindo a desenvolve­r um trabalho tendente à criação de condições materiais, com vista ao arranque do processo de inscrições “sem quaisquer sobressalt­os”, conforme sublinhou o seu director Evaristo Calopa Mário, justifican­do, pois, que a província só não começou o processo de inscrição no dia 11, como previsto, por questões de natureza administra­tiva, mas que já está tudo acautelado.

“Não há qualquer situação que venha alarmar os nossos concidadão­s, porque o processo de inscrição vai ocorrer durante 20 dias. O dia que não foi observado (dia 11) vai ser acrescido ao dia seguinte do último dia constante do calendário”, tranquiliz­a o responsáve­l.

“Não há qualquer situação que venha alarmar os nossos concidadão­s, porque o processo de inscrição vai ocorrer durante 20 dias”

 ?? DR ??
DR
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola