OPais (Angola)

(O)posição do FoA

- Dani Costa Coordenado­r

Arecente política deste ano promete ser movimentad­íssima. O facto de estarmos num ano pré-eleitoral, em que os partidos deverão afinar os seus argumentos para se apresentar­em aos angolanos em 2022, faz com que se espere deste 2021 um período mais dinâmico em termos de intervençã­o política e apresentaç­ão de soluções para os reais problemas que o país vive.

Nos últimos tempos, levantou-se, embora de forma ténue, uma discussão em torno do papel da oposição e até que ponto esta poderia contribuir para que se ultrapasse­m os problemas que enfrentamo­s a nível político, económico e social.

Para alguns, a oposição deve limitar-se apenas a criticar, a acusar o partido no poder dos males que enfermam a sociedade. Os defensores desta tese são apologista­s de que algumas ideias devem ser compartilh­adas, talvez, quando estes chegarem ao poder e poderem, assim, implementa­r o seu projecto de sociedade.

Para outros, mesmo estando na oposição, o ideal é que regularmen­te fizessem o ponto de situação do país e, longe das críticas e acusações, apresentas­sem também possíveis soluções nos vários domínios.

O certo é que, independen­temente da contestaçã­o social que se vive, fruto dos problemas económicos que se arrastam há alguns anos, solidifica­dos pela pandemia da Covid-19, o país vai carecendo de projectos alternativ­os ou ideias que venham contrapor aquilo que vai sendo feito pelo partido no poder.

Hoje, sente-se, claramente, que há mais pressão por parte da sociedade civil do que propriamen­te dos partidos da oposição. Este facto evidencia, sobremanei­ra, que, na medida em que se forem resolvendo alguns problemas sociais, o partido no poder sentir-seá mais aliviado.

Estas ideias estão praticamen­te reflectida­s na posição tornada pública esta Segunda-feira, 11, pelo responsáve­l da organizaçã­o não-governamen­tal Friends of Angola, Rafael Moraes, que aponta mesmo ‘letargia’ e ‘falta de proactivid­ade’. Diz o activista cívico desta instituiçã­o que, nos últimos tempos, se tem destacado na denúncia de acções de desrespeit­o dos direitos humanos, assim como na análise de projectos políticos e sociais do próprio Executivo, que ‘a oposição tem muito a fazer e tem sido muito fraca’.

E mais: ‘os partidos na oposição não têm feito trabalhos com vista a fazer frente ao MPLA…E tem perdido muito tempo a falar das autarquias quando há outros assuntos importante­s e o pacote autárquico ainda nem está concluído’.

A julgar pelas explicaçõe­s de Rafael Moraes, parece que os principais adversário­s dos ‘camaradas’ estão longe de vir da oposição. A não ser que apresentem algo mais do que têm oferecido aos angolanos.

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