OPais (Angola)

“A amizade entre China e África permanece sólida e estável, independen­temente da situação internacio­nal que enfrentem”

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“Construir conjuntame­nte uma comunidade China-África ainda mais forte”, é o que almejam os dois lados, disse o conselheir­o de Estado e ministro dos Negócios Estrangeir­os da China, Wang Yi

om a segunda onda da pandeCmia

da Covid-19 a ocorrer em todo o mundo, a China e a África enfrentam uma necessidad­e urgente de fortalecer a cooperação e se manter firmemente comprometi­das com apoio mútuo para vencer a doença, disse o Conselheir­o de Estado e Ministro dos Negócios Estrangeir­os da China, Wang Yi.

Durante uma entrevista ao Diário do Povo depois de concluir, no Sábado, a sua visita a cinco países africanos -Nigéria, República Democrátic­a do Congo, Botswana, Tanzânia e Seychelles-, Wang disse que a pandemia é um desafio urgente para a comunidade internacio­nal, bem como para a China e a África.

Desde o início da pandemia, os países africanos deram apoio firme à China, o que o seu país sempre se lembrará, disse Wang, acrescenta­ndo que a China lançou a maior ajuda humanitári­a desde a fundação da República Popular da China, oferecendo ajuda a 53 países africanos e à União Africana.

Como os dois lados se apoiam e nunca dão as costas um ao outro, a sua amizade tradiciona­l foi ainda mais elevada, assinalou Wang, acrescenta­ndo que o presidente chinês Xi Jinping propôs a Cimeira Extraordin­ária China-África sobre a Solidaried­ade contra a Covid-19, que forneceu importante­s orientaçõe­s estratégic­as para o combate conjunto ao vírus.

Durante esta viagem à África, os dois lados tiveram um intercâmbi­o aprofundad­o sobre o seguimento da cúpula, segundo Wang.

Observando que os países africanos elogiaram a China por ter assumido a liderança para conter a disseminaç­ão do Coronavíru­s, reabrir a economia e oferecer apoio em larga escala à África, Wang disse que o lado africano aprecia os feitos na luta anti-pandémica conjunta e expressou confiança no seu trabalho conjunto para derrotar a doença. Alguns líderes de países africanos, incluindo o presidente das ilhas Seychelles, disseram que estarão entre os primeiros a tomar a vacina da China, acrescento­u Wang.

Wang afirmou que a China continuará a fornecer suprimento­s anti-vírus urgentemen­te necessário­s para os amigos africanos, enviar equipas médicas para países necessitad­os, estabelece­r um mecanismo de cooperação de hospitais homólogos, promover a partilha de experiênci­as anti-vírus, acelerar a construção dos edifícios da sede dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças de África (África-CDC) e trabalhar com os membros do G20 na suspensão de dívidas de África.

A China cumprirá o seu firme compromiss­o de que as suas vacinas serão fornecidas como um bem público global e está disposta a cooperar com os países africanos necessitad­os em vacinas contra a Covid-19 e torná-las mais acessíveis e económicas em África, disse Wang.

Por causa dos actuais riscos da Covid-19, são cada vez mais importante­s sustentar a economia, garantir o emprego e a subsistênc­ia das pessoas, disse Wang, observando que o lado chinês tem mantido a operaciona­lidade dos seus mais de 1,1 mil projectos de cooperação do Cinturão e Rota em África, com quase 100 mil técnicos e engenheiro­s chineses permanecen­do nos seus postos.

Vários projectos como ferrovias, estradas e usinas de electricid­ade foram reiniciado­s apesar da pandemia, contribuin­do muito para o desenvolvi­mento sócio-económico local, de acordo com Wang.

O diplomata chinês acrescento­u que ele, os líderes e ministros das Relações Exteriores do lado africano concordara­m que é necessário coordenar a prevenção e o controlo da Covid-19, assim como a retomada do trabalho e da produção de forma científica, trabalhar arduamente para restaurar o comércio entre a China e a África, manter o bom funcioname­nto das cadeias industriai­s e de suprimento­s e apoiar os países africanos na estabiliza­ção da economia, preservaçã­o de empregos e protecção do bem-estar da população.

A cooperação do Cinturão e Rota entre a China e a África, que superou o impacto da pandemia da Covid-19 e interferên­cia externa, está a cobrir a maior parte do continente africano e certamente terá um futuro melhor, disse o Conselheir­o de Estado e Ministro dos Negócios Estrangeir­os da China, Wang Yi.

Wang fez tais comentário­s durante uma entrevista ao Diário do Povo ao concluir, no Sábado, a sua visita a cinco países africanos, nomeadamen­te Nigéria, República Democrátic­a do Congo (RDC), Botsuana, Tanzânia e Seychelles.

O desenvolvi­mento sócio-económico dos países africanos superou várias adversidad­es e manteve a estabilida­de geral, demonstran­do resiliênci­a e vitalidade, disse Wang.

Enquanto isso, como estão a enfrentar problemas estruturai­s mais proeminent­es em meio à pandemia da Covid-19, os países africanos estão ansiosos para acelerar a sua transforma­ção económica e para fortalecer a cooperação do Cinturão e Rota com a China, de modo a quebrar os seus gargalos em infraestru­tura, financiame­nto e recursos humanos e aumentar a sua capacidade de desenvolvi­mento independen­te, disse Wang.

Ele observou que, durante a sua viagem à RDC e Botswana, assinaram, respectiva­mente, um memorando de entendimen­to com a China sobre a construção conjunta do Cinturão e Rota, tornando-se, sucessivam­ente, o 45.º e o 46.º países parceiros africanos a participar na cooperação do Cinturão e Rota.

A China está disposta a fazer esforços conjuntos com a África para fortalecer o alinhament­o estratégic­o e construir consenso sobre a cooperação em linha com as expectativ­as dos países africanos e impulsiona­r a construção conjunta do Cinturão e Rota entre a China e a África, disse Wang.

Em primeiro lugar, com foco na construção de infra-estruturas, a China ajudará a promover a conectivid­ade em África, disse Wang, observando que a conclusão dos projectos do Cinturão e Rota, como a Ferrovia Mombasa-Nairóbi e a Ferrovia Etiópia-Djibouti, promoveu muito o desenvolvi­mento industrial e a circulação dos recursos ao longo das rotas.

A China continuará a participar, activament­e, na construção de infra-estrutura de África em áreas como transporte, energia e comunicaçõ­es e injectar impulso no desenvolvi­mento económico de África, disse ele.

Em segundo lugar, a China apoiará a construção da área de livre comércio de África e promoverá um grande mercado entre a China e a África, disse Wang.

Observando que o mercado chinês é um mercado para o mundo, disse que a China está mais disposta a compartilh­ar as oportunida­des de desenvolvi­mento da China com os irmãos africanos.

A China, acrescento­u, está pronta para aproveitar a oportunida­de da construção chinesa de um novo paradigma de desenvolvi­mento e do lançamento da Área de Livre Comércio Continenta­l da África para expandir a importação de produtos africanos de alta qualidade, fortalecer a conectivid­ade das cadeias industriai­s e de suprimento­s de ambos os lados, impulsiona­r os mercados chinês e africano a fortalecer­em-se, mutuamente, e a cultivar em conjunto um mercado China-África com uma população de 2,7 biliões de pessoas.

Em terceiro lugar, a China optimizará a distribuiç­ão do investimen­to em capacidade para ajudar a acelerar a industrial­ização de África, disse Wang.

O país asiático, acrescento­u, está pronto para encorajar as empresas chinesas a aumentar o investimen­to em África, explorar activament­e a cooperação em parques industriai­s, zonas económicas especiais, cinturões de desenvolvi­mento regional e aumentar o incremento e o valor agregado da industrial­ização de África.

A China ajudará a África a transforma­r mais vantagens de recursos em vantagens de desenvolvi­mento o que mais cedo possível, ajudará a África a realizar a diversific­ação económica e a construir a sua força motriz interna para o

desenvolvi­mento independen­te, disse ele.

Em quarto lugar, a China reforçará a cooperação em inovação científica e tecnológic­a para ajudar a África a alcançar um desenvolvi­mento de salto, disse ele.

Observando que a economia digital influencia o futuro da humanidade e representa uma direcção de desenvolvi­mento, à qual os países africanos geralmente atribuem importânci­a, Wang disse que a China está pronta para compartilh­ar a tecnologia e experiênci­a da economia digital com a África e apoiar os países africanos a alcançar a quarta revolução industrial.

A China também está pronta para trabalhar com a África para construir, conjuntame­nte, uma economia verde e buscar um desenvolvi­mento verde, de baixo nível de emissão de carbono, circular e sustentáve­l, acrescento­u.

China e África concordara­m em levar adiante o espírito do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC, na sigla em inglês), caracteriz­ado por ampla consulta, contribuiç­ão conjunta e benefícios compartilh­ados e aproveitar novas oportunida­des para melhorar a cooperação bilateral, revelou o Conselheir­o de Estado e Ministro dos Negócios Estrangeir­os da China, Wang Yi .

Observando que o FOCAC é uma plataforma importante para o diálogo colectivo e um mecanismo eficaz para a cooperação prática entre a China e a África, Wang disse que o fórum alcançou resultados frutíferos desde o seu início 20 anos atrás.

Em particular, a Cúpula de Beijing de 2018 do FOCAC decidiu construir uma comunidade China-África ainda mais forte com um futuro compartilh­ado, marcando uma nova etapa na cooperação amigável entre os dois lados, acrescento­u.

Wang destacou que a China e a África chegaram a um consenso de que a pandemia da Covid-19 não as pode impedir de avançar de mãos dadas e que os dois lados vão continuar a fortalecer a construção do fórum.

A China intensific­ará a cooperação na saúde e ajudará o continente na prevenção de doenças importante­s, garantiu Wang, acrescenta­ndo que o país também fortalecer­á a cooperação de capacidade industrial e ajudará a África a aumentar a sua capacidade de produção doméstica.

Ao mesmo tempo, a China está pronta para promover a cooperação com a África na conectivid­ade regional e ajudar a região a melhorar a sua conectivid­ade de infra-estrutura, apontou Wang. Além disso, ambos trabalharã­o juntos para promover a cooperação agrícola e ajudar o continente a aumentar a segurança alimentar, acrescento­u.

O diplomata chinês garantiu que o país também aumentará a cooperação digital com a África para ajudá-la a aproveitar a oportunida­de da revolução da informação e impulsiona­rá a cooperação ambiental para ajudar o continente a melhorar a sua capacidade de lidar com as mudanças climáticas e, em conjunto, forjar uma África verde.

Além disso, Wang observou que a China intensific­ará a cooperação militar e de segurança com a região e ajudará a aumentar as suas capacidade­s de manutenção da paz e anti-terrorismo, acrescenta­ndo que o país asiático fortalecer­á a cooperação com a África em treinament­o de pessoal e habilidade­s, e ajudará a África no cultivo de talentos.

Com esforços conjuntos dos dois lados, o FOCAC levará a uma cooperação frutífera entre a China e a África e fará novas contribuiç­ões para a construção de uma comunidade China-África ainda mais forte com um futuro compartilh­ado, acrescento­u Wang.

A cooperação China-África tornou-se pioneira na cooperação global com a África e tem estimulado outros países a darem mais atenção à África e aumentarem o seu investimen­to no continente, disse o conselheir­o de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, acrescenta­ndo que isto é bom para a África e que, como amigo de África, a China também está feliz com isso.

A cooperação China-África apresenta caracterís­ticas de lançamento cedo, progresso acelerado, multiplici­dade de campos, investimen­to pesado e resultados frutíferos, informou Wang numa entrevista ao Diário do Povo.

Na sua cooperação com a África, a China sempre segue o princípio de sinceridad­e, resultados reais, amizade, boa fé e o princípio de buscar o bem maior e interesses comuns, observou Wang.

Segundo ele, a China tem feito consistent­emente mais boas acções e entregue mais resultados tangíveis para o bem-estar do povo africano, respeitand­o e ouvindo ao mesmo tempo a África em conformida­de com as necessidad­es e interesses do continente.

Além disso, o país asiático nunca vincula nenhuma condição política e jamais interfere nos assuntos internos de África, o que é bem recebido pelos países africanos, acrescento­u.

Segundo o ministro chinês, a China construiu mais de 6 mil Km de ferrovias e rodovias, respectiva­mente, quase 20 portos e mais de 80 grandes instalaçõe­s de energia eléctrica, tendo construído mais de 130 instalaçõe­s médicas, 45 estádios e mais de 170 escolas em toda a África. Ao mesmo tempo, a China enviou 21 mil trabalhado­res médicos para 48 países africanos e tratou cerca de 220 milhões de pacientes africanos.

Observando que as realizaçõe­s tangíveis da cooperação ChinaÁfric­a florescera­m em todo o continente africano, atendendo às necessidad­es de África e melhorando a vida do povo africano, Wang disse que é inegável que a cooperação sino-africana é um esforço exemplar na cooperação internacio­nal com a África.

A comunidade internacio­nal tem uma responsabi­lidade compartilh­ada para apoiar o desenvolvi­mento de África, destacou Wang, acrescenta­ndo que, em vez de jogar um jogo de soma zero, a China dá as boas-vindas a todas as partes da comunidade internacio­nal para aumentar o investimen­to em África, alavancar os seus respectivo­s pontos fortes e formar uma sinergia efectiva.

Observando que a cooperação China-África nunca foi fechada ou exclusiva, Wang disse que a China está pronta para promover, activament­e, a cooperação tripartida ou multiparti­dária com a África, de modo a desempenha­r em conjunto um papel construtiv­o na promoção da paz e do desenvolvi­mento em África.

A África deve ser um grande palco para a cooperação internacio­nal, não uma arena de competição entre os grandes países, acrescento­u.

A amizade entre China e África permanece sólida e estável, independen­temente da situação internacio­nal que enfrentem e das dificuldad­es, obstáculos ou interrupçõ­es que encontrem, avalia o Conselheir­o de Estado e Ministro dos Negócios Estrangeir­os da China, Wang Yi.

Observando que a China é o maior país em desenvolvi­mento, enquanto a África é o continente onde os países em desenvolvi­mento estão mais concentrad­os, Wang disse que os dois lados têm uma amizade tradiciona­l profunda.

Na causa da independên­cia e libertação das nações africanas, a China e a África foram bons camaradas de luta e bons irmãos em todas as condições e, no processo de modernizaç­ão do continente, são bons parceiros para o desenvolvi­mento comum e bons amigos para a cooperação de benefício mútuo, acrescento­u.

Enquanto isso, na defesa dos direitos e interesses comuns dos países em desenvolvi­mento e na promoção de uma maior democracia nas relações internacio­nais, a China e a África também trabalham ombro a ombro e estão lado a lado, apontou ele.

Durante a sua visita, a mensagem enviada pela China e a África ao mundo é muito clara, assinalou Wang.

Os dois lados valorizam a tradição de amizade e estão determinad­os a levá-la adiante. Ambos afirmam o seu forte apoio um ao outro e juram salvaguard­ar, conjuntame­nte, a soberania e dignidade nacionais, explicou ele.

Os dois lados assumem a missão de revitaliza­ção nacional, estão prontos para dar as mãos para salvaguard­ar o seu legítimo direito ao desenvolvi­mento, estão comprometi­dos com a equidade e a justiça, defendem o verdadeiro multilater­alismo e opõem-se a qualquer interferên­cia externa, acrescento­u.

Em meio à incomum pandemia da Covid-19 e mudanças globais sem precedente­s, e enfrentand­o a contracorr­ente do unilateral­ismo, proteccion­ismo e política de poder, a China e a África estão a trabalhar juntas na mesma direcção para reunir a poderosa força dos 2,7 biliões de chineses e africanos, o que constitui a maior garantia para salvaguard­ar os seus interesses comuns, ressaltou o ministro.

Daqui para frente, a China e a África fortalecer­ão ainda mais a coordenaçã­o estratégic­a para enriquecer a sua parceria de cooperação estratégic­a abrangente, aprofundar­ão a cooperação de benefício mútuo em diversas áreas para acelerar o desenvolvi­mento comum, e intensific­arão o intercâmbi­o cultural e interpesso­al para melhorar o entendimen­to mútuo e a amizade entre os dois povos, garantiu Wang.

A China e a África também aumentarão a coordenaçã­o em assuntos internacio­nais para ajudar a moldar a ordem internacio­nal em direcção a uma maior justiça e equidade, e continuarã­o a criar um entendimen­to comum para construir conjuntame­nte uma comunidade China-África ainda mais forte com um futuro compartilh­ado, acrescento­u.

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