OPais (Angola)

Relatório norte-americano confirma: Príncipe herdeiro saudita aprovou morte de Jamal Khashoggi, que era tido como uma “ameaça”

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Umrelatóri­odosserviç­osde inteligênc­ia norte-americano confirma que o Príncipe herdeiro saudita esteve envolvido no assassinat­o de Jamal Khashoggi, que era “ameaça” ao regime.

Após as suspeitas e várias notícias, finalmente surge a confirmaçã­o oficial. Um relatório dos serviçosde­inteligênc­ianorte-americano divulgado ontem Sexta-feira revela que o Príncipe da Arábia Saudita Muhammed bin Salman aprovou a morte do jornalista Jamal Khashoggi em Istambul, na Turquia.

De acordo com o relatório, esta decisão foi baseada no facto de o Príncipe ter controlo “nas decisões institucio­nais no reino” e pelo “envolvimen­to directo de um conselheir­o chave e membros em que Muhammad bin Salman confiava na operação”. Além disso, os serviços de inteligênc­ia também justificam as suas acusações no facto de o Príncipe herdeiro apoiar o “uso de medidas violentas para silenciar dissidente­s”.

“Desde 2017, o Príncipe herdeiro tem o controlo total dos serviços secretos da Arábia Saudita, sendo bastante improvável que os oficiais sauditas tivessem realizado uma operação desta natureza sem a autorizaçã­o do Príncipe herdeiro”, lêse no relatório.

Khashoggi era visto pela cúpula saudita como “ameaça”, sendo que, se necessário, para silenciá-lo deveriam ser utilizadas “medidas violentas”, de acordo com o relatório, que também apresenta todos os envolvidos na morte do jornalista, que eram chegados a Muhammed bin Salman.

A desclassif­icação do documento pode aumentar a pressão sobre a administra­ção de Joe Biden para responsabi­lizar o reino por um assassínio que provocou grande indignação nos Estados Unidos e internacio­nalmente.

A conclusão central do relatório era amplamente esperada, visto que vários funcionári­os da CIA tinham chegado a esse entendimen­to logo após o brutal assassínio de Khashoggi, a 02 de Outubro de 2018, um crítico da consolidaç­ãoautoritá­riadopoder­doPríncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

Ainda assim, como a descoberta não fora oficialmen­te divulgada até agora, a atribuição pública de responsabi­lidade represento­u uma repreensão extraordin­ária ao ambicioso Príncipe herdeiro, de 35 anos.

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