Jair Bolsonaro diz que máscaras causam “efeitos colaterais”
Num directo no Facebook, Bolsonaro levantou suspeitas sobre efeitos colaterais das máscaras, citando um alegado estudo alemão, mas sem apresentar mais detalhes. De referir que a OMS recomenda o “uso generalizado de máscaras” contra a transmissão do novo Coronavírus
OPresidente do Brasil causou polémica na Quinta-feira ao dizer que as máscaras de prevenção contra a Covid-19 causam “efeitos colaterais”, acrescentando que pondera continuarcomsubsídiosparaosmaiscarenciados durante a pandemia.
Na habitual transmissão em directo na rede social Facebook, Jair Bolsonaro levantou suspeitas sobre efeitos colaterais das máscaras, citando um alegado estudo alemão, mas sem apresentar mais detalhes.
“Começam a aparecer estudos, não vou entrar em detalhes, não é?!, sobre o uso de máscaras. Num primeiromomento,umauniversidade alemã fala que elas são prejudiciais para crianças, e levam em conta vários itens, como irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de concentração,diminuiçãodapercepçãode felicidade,recusaemirparaaescola oucreche,desânimo,comprometimento da capacidade de aprendizagem,vertigem,fadiga.Entãocomeçam a aparecer aqui os efeitos colaterais das máscaras”, afirmou.
Bolsonaro, que é frequentemente vistoempúblicoeemaglomerações sem máscara, frisou que não daria maisdetalhessobreoestudoporque “tudo desagua em crítica em cima” do Chefe de Estado.
“Tenho a minha opinião sobre máscaras, cada um tem a sua, mas aguardamos por um estudo mais aprofundado sobre isso por parte de pessoas competentes”, acrescentou.
OMS recomenda o uso generalizado de máscaras
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o “uso generalizado de máscaras” como parte de uma estratégia abrangente para suprimiratransmissãodonovoCoronavírus.
AindadeacordocomasrecomendaçõesdaOMS,osmenoresatéaos5 anosnãodevemserobrigadosausar máscara, tendo em conta “a segurança e o interesse global da criança” e “a capacidade em utilizar uma máscara correctamente com uma assistência mínima”.
Para as crianças entre os 6 e os 11 anos, a OMS aconselha o uso de máscaraemlinhacomdiversosfactores, como os níveis de transmissão da infecção na zona onde residem e a capacidade em utilizá-la correctamente e com toda a segurança.
Bolsonaro estuda possível renovação de um plano de subsídios aos mais carenciados
Na transmissão de Quinta-feira, dia em que o Brasil chegou às 250 mil mortes devido à Covid-19, o Chefe de Estado não se pronunciou sobre as vítimas da pandemia.
Contudo, afirmou que o Governo está a estudar a possível renovação de um plano de subsídios aos mais carenciados, para diminuir o impacto económico da Covid-19, ainda em forte expansão no país.
Jair Bolsonaro indicou que o Executivo poderá pagar 250 reais (cerca de 37 euros), durante quatro meses, num auxílio a ser retomado em Março.
“A princípio, o que deve ser feito é, apartirdeMarço,porquatromeses, 250 reais de auxílio de emergência. Então é isso que está a ser disponibilizado”,afirmou,semindicarquantas pessoas serão abrangidas, nem como esses gastos serão encaixados no orçamento e nas metas fiscais de 2021.
Em Março do ano passado, para ajudar a população mais pobre e os desempregados, o Governo brasileiro aprovou um auxílio de emergência, no valor de 600 reais mensais, que beneficiou cerca de 65 milhões de pessoas.
Contudo, esse valor foi cortado para metade em Setembro, tendo sido prolongado até ao final do ano, quando o Governo encerrou o programa, que poderá agora ser retomado.
OBrasiléosegundopaíscommais mortes devido à Covid-19 em todo o mundo (251.498), depois dos EstadosUnidos,eoterceirocomomaior número de infectados (10.390.461), depois da nação norte-americana e da Índia.
A pandemia da Covid-19 provocou, pelo menos, 2.498.003 mortos no mundo, resultantes de mais de 112,5 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo Coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.