OPais (Angola)

MAIS DE 100 CASOS DE CORRUPÇÃO DENUNCIADO­S DIARIAMENT­E À IGAE

A polícia, serviços notariais e hospitais constam entre os principais órgãos da administra­ção pública com maior número de corrupção, segundo dados da Inspecção Geral da Administra­ção do Estado (IGAE), divulgados ontem

- Domingos Bento

O director de Denúncias, Queixas e Reclamaçõe­s da Inspecção Geral da Administra­ção do Estado (IGAE), Frederico Jamba Lima, revelou, ontem, em Luanda, que a sua instituiçã­o regista, diariament­e, mais de 100 casos de denúncias sobre corrupção nos órgãos da Administra­ção Pública. A Polícia, serviços notariais e hospitais constam entre os principais órgãos da Administra­ção Pública com maior número de corrupção.

Odirector de denúncias, queixas e reclamaçõe­s da Inspecção Geral da Administra­ção do Estado (IGAE), Frederico Jamba Lima, revelou, ontem, que a sua instituiçã­o regista, diariament­e, mais de cem casos de denúncias sobre corrupção nos órgãos da administra­ção pública.

A polícia, serviços notariais e hospitais são dos serviços públicos que registam o maior número de denúncias de corrupção, conforme deu a conhecer o técnico sénior da IGAE.

A maior parte das denúncias chegam ao órgão inspectivo por via dos serviços de call center da direcção de denúncias, queixas e reclamaçõe­s da (IGAE), departaTod­os mento vocacionad­o na recepção e tratamento de denúncias, como explicou o seu director, Frederico Jamba Lima, que falava durante um debate sobre a problemáti­ca da corrupção organizado pela Rádio Nacional.

De acordo com o especialis­ta, apesar de, em 2019, o inspector Geral da Administra­ção do Estado ter decretado fim da corrupção e impunidade na administra­ção pública, ainda assim assiste-se a insistênci­a de muitos agentes públicos a pautarem pelo caminho da corrupção, extorquind­o os cidadãos e a lesarem o Estado.

Frederico Jamba Lima disse que o número de denúncias tem vindo a aumentar porque os cidadãos hoje têm uma maior percepção da existência e funcioname­nto da IGAE, enquanto órgão vocacionad­o para tratar das questões que se prendem com a corrupção, impunidade e outros actos lesivos que afectam a administra­ção pública.

Dezanove funcionári­os públicos detidos

Segundo ainda Frederico Jamba Lima, nos últimos dias foram detidos, em flagrante delito, 19 funcionári­os públicos e agentes administra­tivos por indícios de actos de corrupção.

Deste número, frisou, consta agentes públicos dos serviços de conservató­ria, polícias, identifica­ção e militares.

Frederico Jamba Lima fez saber que a função principal do IGAE é a luta contra os males que afectam a administra­ção pública

estes, explicou, foram detidos mediante o sistema de denúncias chegado através do call center, na direcção de denúncias, queixas e reclamaçõe­s da Inspecção Geral da Administra­ção do Estado.

IGAE não persegue a polícia

Outrossim, o funcionári­o sénior da IGAE disse que, devido ao último flagrante sobre a detenção de um agente de trânsito na via pública, criou-se uma falsa ideia de que o seu órgão persegue a polícia de modo a “sujar” o nome e a honra desta instituiçã­o castrense junto da opinião pública.

Na intuição de repor a legalidade, Frederico Jamba Lima disse que a IGAE actua dentro dos marcos da lei, independen­temente da instituiçã­o ou o agente público que for autuado a praticar actos que lesam os cidadãos e o Estado.

“A nossa perspectiv­a é que nós estamos a fazer um trabalho dentro dos princípios legais. E em nenhum momento procuramos meter em causa a imagem das pessoas”, frisou.

Imagens nas redes sociais

Por outro lado, Frederico Jamba Lima fez saber que a função principal da IGAE é a luta contra os males que afectam a administra­ção pública e que as imagens que vão parar às redes sociais e órgãos de comunicaçã­o não têm nada a ver com a actuação da sua instituiçã­o.

Conforme explicou, normalment­e, a actuação e a detenção dos agentes públicos que se envolvem em condutas erradas são feitas em espaços públicos. Neste sentido, muitos cidadãos e órgãos de comunicaçã­o social aproveitam gravar para a posterior divulgação, acto que, frisou, em nada tem a ver com a IGAE.

“A IGAE não fica na via pública a espera que o agente cometa. Nós temos os nossos números disponívei­s e mediante a denúncia, através de uma concertaçã­o com o SIC, actuamos e procedemos a detenção caso hajam provas materiais”, esclareceu.

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