Ufolo recolhe mais de 200 livros e material didáctico na Manifestação do Livro
O objectivo foi galvanizar a sociedade civil para o serviço à comunidade e ao próximo, apoiando e complementando o Estado nas suas funções sociais
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Augusto Nunes
Membros da sociedade civil, escritores, músicos, intelectuais e figuras públicas, juntaram-se este Sábado na Praça da Independência em Luanda, numa campanha voluntária de recolha de livros, para doar e prover as bibliotecas dos distintos estabelecimentos prisionais do país. A actividade denominada “Manifestação do Livro” iniciou às 09 horas, com a recepção dos primeiros volumes de autores angolanos e estrangeiros, incluindo manuais e material didáctico doados por jovens voluntários oriundos de diferentes pontos da capital do país, incluindo escritores solidários com o projecto.
Nesta que é a sua primeira acção solidária, direccionada aos serviços prisionais, o Centro de Estudos Ufolo para a Boa Governação conseguiu recolher até ao fecho desta edição mais de duas centenas de livros,.
É um gesto solidário que, na óptica dos organizadores desta “Manifestação”, pode ser replicado por quaisquer outras organizações da sociedade civil que estejam empenhadas nas acções de minimização das necessidades de outras instituições com falta de meios, como alguns lares, centros sociais ou igrejas em todo o país. Presente nesta grande “Manifestação do Livro”, o escritor Ondjaki, que também aderiu ao projecto, enalteceu de forma solidária a iniciativa da Ufolo, doando cinco livros infantis e três romances. Entusiasmado, o escritor admitiu ser um projecto perfeito que pode aproximar a sociedade civil neste movimento. “É uma ideia perfeita e as pessoas estão a contribuir com livros, cadernos e esferográficas. Trouxe cinco livros infantis. Não são só para crianças. Qualquer adulto pode ler e relembrar a sua infância. Os outros três são romances e podem ser muito bem aproveitados”, disse Ondjaki, apelando aos jovens e não só a oferecerem os livros que já não lêem. Associando-se à festa, o também escritor Job Grilo, que abraçou o projecto com a oferta de alguns da sua autoria, considerou ser uma iniciativa louvável por tentar ajudar os que es-tão encarcerados, o que no seuentender poderá contribuir a sua autoestima. Mas, lamentou o facto de ter havido por parte da oganização pouca divulgação do projecto, mas ainda assim apelou à sociedade a aderir a iniciativas do género.
“Acredito que muitas pessoas têm livros em casa, mas não os dão tanta importância. Ofereçam, não perdem nada”, argumentou. Opinião semelhante, foi do humorista Gilmário Vemba, que em jeito de solidariedade apelou à todos quanto tenham livros e não mais os vão ler para abraçarem a causa. Já o músico e compositor Carlos
Lamartine, que também se fez presente nesta campanha solidária, abordado pela nossa reportagem, referiu que é uma satisfação ver pessoas com sensibilidades para realizarem projectos que sirvam para o bem-estar social das pessoas, em particular, para os que se encontram na condição de encarcerados, o que no seu entender, é de facto uma actividade louvável.
“Se o propósito que o Ufolo tem é de levar estas actividades, boa parte das pessoas com sensibilidade solidarizam-se com as outras em condições de dificuldades. É uma actividade louvável”, disse Lamartine.
Recorde-se que a Manifestação do Livro contou com a animação de vários artistas e escritores, entre os quais o humorista Gilmário Vemba, os escribas Ondjaki, Yola Castro, José Luís Mendonça, a Dupla Elas, Bruno M, MCK, Eva Rap Diva, Tiago Costa, Nzola Duzediua e Mono Stereo.
A campanha visou entre outros aspectos promover, entre a juventude, a solidariedade social e o gosto pela leitura, numa iniciativa do Centro de Estudos Ufolo para a Boa Governação.