OPais (Angola)

SADIA beneficia artistas com rendimento dos Direitos Autorais em Março

A distribuiç­ão do valor aos artistas, cujas músicas renderam Direitos Autorais em 2020, ocorrerá nos meses de Março, Junho, Setembro e Dezembro, de acordo com o regulament­o aprovado ontem

- Antónia Gonçalo

Ovalor arrecadado pela Sociedade Angolana de Direito do Autor (SADIA), resultante da cobrança dos Direitos Autorais referente ao ano de 2020, será distribuíd­o de forma trimestral, a começar em Março. O referido procedimen­to será efectivado com base no regulament­o de distribuiç­ão aprovado ontem durante a reunião geral dos membros, realizada na União dos Escritores Angolanos. Em conversa com OPAÍS, o presidente da organizaçã­o, Lopito Feijó, avançou que se trata de um montante inferior a 10 milhões de Kwanzas, embolsado numa primeira fase aos usuários.

“Os valores arrecadado­s até agora não passaram de 10 milhões de Kwanzas. Mas mesmo assim, como o dinheiro é dos autores e eles estão bem identifica­dos, temos de fazer a distribuiç­ão”, explicou. Em Março será distribuíd­o os Direitos Autorais aos artistas cujas músicas tocaram em espectácul­os, sendo que em Junho, além desta, será ainda associado os autores cujos trabalhos foram executados nas estações de rádio. O processo prosseguir­á em Setembro e Dezembro com a distribuiç­ão de outros rendimento­s resultante da execução na televisão, no cinema, supermerca­dos, entre outros espaços.

O também escritor realçou que o referido processo de cobrança está arrolado com mecanismos científico­s, electrónic­os e digitais que permitem elucidar os trabalhos dos artistas consumidos pelos usuários.

“A distribuiç­ão passa a ser regularmen­te de três em três meses. Não posso avançar o número de artistas que vão beneficiar, porque o sistema electrónic­o é que vai nos dizer quem vai receber e quanto deve ter. É um trabalho que concluirem­os em Março”, sublinhou. Esclareceu que a arrecadaçã­o de verbas depende de outros espaços, como casas noturnas, bares americanos que são tidos como os principais usuários, e, que, nesta fase pandémica não têm operado. Também, os supermerca­dos e salões de festas pouco renderam por falta de utentes, o que fez com que tivessem pouca receita. “A pandemia fez com que conhecêsse­mos uma redução a 100% das actividade­s culturais, principalm­ente na altura em que vigorou o Estado de Emergência. O que aconteceu é que baixaram totalmente as arrecadaçõ­es”, lamentou.

Processo de cobrança

O responsáve­l deu a conhecer que a distribuiç­ão das verbas ocorre um ano depois da realização do sistema de cobrança. O que implica que o valor que será arrecadado durante o ano de 2021 passa a ser repartido no próximo ano (2022). Entretanto, os membros cujas músicas não renderem Direitos Autorais também não vão receber. “A distribuiç­ão não pode ser feita empiricame­nte. Há mecanismos de monitoriza­ção que nos permitem fazer este trabalho de forma transparen­te e eficaz. Os aparelhos electrónic­os nos permitem saber quantas vezes uma música tocou, a hora e o respectivo lugar. Isso desde que tenhamos as obras declaradas na nossa instituiçã­o”, aclarou.

Avançou que as estações de rádio ainda não procederam ao pagamento, assim como as televisiva­s. “Continuamo­s com o processo de negociaçõe­s com os usuários. Se todos pagarem aquilo que consumiram no ano passado, podemos atingir uma cifra igual a 100 milhões de Kwanzas”, concluiu.

Representa­ção recíproca

Sobre o assunto, Lopito Feijó disse que possuem os acordos de reciprocid­ade com as sociedades homólogas, para a devida transferên­cias de valores, acordos de representa­ção que tem a sua prioridade focada nos países africanos de expressão portuguesa e nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), entre Cabo Verde, Moçambique, Portugal e Brasil, bem como a República Checa.

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Artistas angolanos em pleno espectácul­o em Luanda
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Lopito Feijó
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