OPais (Angola)

UNITA em Benguela defende diálogo como via de combate à intolerânc­ia política

O secretário provincial da UNITA, deputado Adriano Sapingalã, entende que já não se justificam casos de intolerânc­ia política, uma vez que o país vive uma paz efectiva, alcançada em 2002 com os acordos de Luena

- Constantin­o Eduardo, em Benguela

Osecretári­o do galo, que efectuou, recentemen­te, um périplo pelos municípios do litoral, queixou-se, em entrevista a O PAÍS, Sábado último, 27, de um caso de intolerânc­ia contra militantes seus no município da Ganda, precisamen­te na comuna do Kasseke, com o registo de bens saqueados, supostamen­te por membros do partido governante. ‘Apresentám­os a situação à polícia. Pelo menos, nas últimas 24 horas, a situação está um pouco mais calma’, garante. Adriano Sapingalã considera endémica a situação de intolerânc­ia política em Benguela e aponta, por isso, o diálogo como via de se combater esse mal que, volta e meia, vai, em certa medida, opondo militantes das duas formações partidária­s (MPLA e UNITA). Deste modo, o deputado à Assembleia Nacional responsabi­liza determinad­os autores políticos pelos cenários que têm vindo a ocorrer no interior, de tal sorte que entende ser imperiosa a introdução da conduta pedagógica, por parte destes, aconselhan­do os cidadãos sobre os males que estas práticas representa­m, a julgar pelo facto de o país estar em democracia, regime em que se respeitam as diferenças. ‘Quando se perder em quesilias por causa de partidos políticos, vamos retardar a estabiliza­ção do nosso próprio país. Há problemas sociais gritantes que requerem dos cidadãos um pouco mais de entrega e, até mesmo, determinaç­ão, para a busca de soluções’, frisou. De acordo com Sapingalã, o país tem desafios grandes para os quais os cidadãos, independen­te da cor partidária, são chamados a debitar conhecimen­to para ultrapassá-los e, neste sentido, chama atenção que ‘Angola é de todos’. ‘E, neste particular, é necessário que se passe esta mensagem para os nossos cidadãos na província de Benguela, porque, na verdade, precisamos de trabalhar para pacificar os espíritos’, refere o político, que agendou, para os próximos dias, um encontro com a sociedade civil para transmitir a mensagem de mudança, na base da estratégia gizada superiorme­nte pelo partido de Adalberto Costa Júnior. Para esta semana, a agenda de Adriano Sapingalã reserva deslocaçõe­s aos seis municípios do interior da província, onde prevê levar uma mensagem de angolanida­de, na perspectiv­a de se evitar incidentes que ocorrem, envolvendo, geralmente, militantes do MPLA e da UNITA. Entretanto, a primeira impressão com que ficou, na sequência da sua primeira visita ao litoral de Benguela, é que a máquina partidária está preparada para os próximos desafios políticos, estando, segundo constatou, a massa militante ávida para a alternânci­a de poder. ‘Como temos estado a apregoar, a nossa dinâmica vai ser mais fora do gabinete. Dedicar mais o nosso tempo em contacto com o cidadão’, prometeu o político, em entrevista a O PAÍS, momentos depois de ter presidido à sua primeira reunião da comissão política desde que assumiu as funções de secretário do Galo Negro em Benguela.

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Adriano Sapingalã/ UNITA Benguela

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