Sistec investe mais USD de 2 milhões em energias renováveis em 2021
Há 30 anos no mercado, a SISTEC já formou 50 mil formandos e continua a apostar no crescimento, apesar da redução nos investimentos de 35%, tendo em conta a crise económica. Este ano, a empresa investiu mais de 2 milhões nas energias renováveis, fez saber o PCA da empresa, António Candeias
Pedro Nicodemos
ASistec completa em Junho 30 anos de mercado. Quais os pontos altos e baixos? Sistec S.A. é uma empresa angolana que actua nos segmentos de tecnologia, telecomunicações e produtos home. Comercializa os produtos em loja através de uma rede de retalho e do canal online que se posiciona no B2B com a sua área de Corporate que assiste clientes empresariais e institucionais com serviços de consultoria, manutenção, suporte e formação.
A empresa surgiu no dia 1 de Junho de 1991, com 30 funcionários. Na altura, tinha apenas área de fotocopiadora e a informática, posteriormente desenvolveu outros sectores , nomeadamente telecomunicações, soluções completas para empresas, quer a nível equipamentos, quer a nível de soluções baseada na microinformática. Atingimos o pico em 2014 com a presença em varias províncias nomeadamente, Cabinda, Bengo, Saurimo, Uíge, Cuanza-Sul, Huambo, Benguela, Huíla, Namibe e Bié, com 1500 trabalhadores. Em Dezembro de 2019, fomos obrigados a dispensar 50 % dos trabalhadores. Já em 2020, mantemos os postos de trabalho. Actualmente, com o problema da Covid-19, mantemos 30% dos trabalhadores em casa a fazerem teletrabalho. A situação da pandemia também se refletiu com o número de clientes e fornecedores.
Quais as estratégias da empresa para permanecer activa neste período da pandemia?
Não está a ser fácil. Houve despedimentos em diversas empresas. As pessoas perderam a capacidade de compra e tudo isso reflete com quebra na fracturação.
Disse que houve uma quebra na facturação. Qual é o valor ou a percentagem?
Neste momento, estamos a tratar do fecho das contas e ainda não temos números definitivos. Acredito que a quebra de facturação seja na ordem de 30%.
Houve constrangimentos nas importações de equipamentos?
Aquisições de equipamentos foram igualmente prejudicadas, pois houve um conjunto de factores externos na empresa que limitam a actividade e tivemos dificuldade para efectuar pagamentos ao exterior. Contudo, continuamos a apostar no crescimento da empresa. Abrimos uma loja nova no início de 2020. Nesta fase, temos mais duas lojas em reabilitação, no sentido de aumentar a oferta de produtos aos nossos clientes. Ainda existe muita burocracia e provoca alguns constrangimentos
Quais os países onde são importados os vossos equipamentos e quanto investiram?
Os nossos equipamentos são importados em vários países da Europa, Ásia e África, nomeadamente, Portugal, Holanda, china e África do Sul. Muitos fabricantes possuem servidores regionais, por sua vez são colocados em alguns países como é o caso do Dubai, Estados Unidos da América, Itália. Este último encontra-se em primeiro lugar nas importações. Em relação ao investimento, houve redução nos investimentos de 35%, porque estão ligados à liquidez da tesouraria.
Qual é o investimento feito anualmente nos vários segmentos da empresa?
Anualmente, temos investimentos na ordem de USD 10 milhões
Quantos itens têm disponíveis e quais serviços mais solicitados?
A nossa área é essencialmente o sector tecnológico. Os serviços mais destacados temos as soluções em ciber-segurança, disponi
bilizamos serviços de alojamento de dados de clientes dos nossos servidores, com garantias de atendimento 24/24 horas. Consolidamos a oferta de software de gestão, temos uma colaboração activa com a agência de proteção de dados. Do ponto de vista de outras ofertas, contamos com soluções no segmento de energias renováveis, prestamos consultoria, garantimos assistência técnica. O segmento com maior peso na facturação são os grandes clientes, complexidade de serviços, com 50%.
Disse que, no presente ano, a empresa apostou em energia renováveis. Qual é o principal objectivo e quanto será investido neste novo segmento?
O que nos levou a abraçar o projecto é a constatação de problemas no sector de energia, principalmente no interior do país nas zonas mais recônditas. Com o segmento das energias renováveis, podemos montar equipamentos a baixo custo para o fornecimento de energia eléctrica com um investido de mais de USD 2 milhões, mas o processo é dinâmico.
Há interesse das empresas no segmento das energias renováveis?
Sim, já fizemos algumas vendas. Nos próximos meses começamos com as campanhas publicitárias
Quantas lojas a Sistec possui?
Temos 10 lojas, deste número sete estão localizadas em Luanda, Benguela (1), Huíla (1), Huambo (1).
A Sistec tem sido distinguida com diversos trofeus e certificados, qual é o segredo?
A atribuição de certificados e distinção resume-se a uma palavra: trabalho. Temos formação interna permanentemente. Apostamos em equipamentos de qualidade, garantimos assistência técnica nos produtos que comercializamos. Por exemplo, desde o início da Superbrand todos os anos somos eleitos para o prémio.
Que projectos fazem parte da vossa agenda em termos de expansão e stoks?
Neste momento, estamos a melhorar as infra-estruturas existentes. No entanto, queremos continuar a crescer, apesar da crise económica e a pandemia da Covid-19. Desde o início da crise, temos estado numa fase de restauração contínua.
Qual é a quantidade de stoks para atender às solicitações neste período e ofertas de produtos?
Temos stoks suficientes para as solicitações que nos fazem. Temos mais de 5 mil itens. Em termos de ofertas temos telefones, lanternas, termómetros, aparelhos, computadores, produtos da Aple, iphone 12 pro e outros.
Que tipo de formação são ministradas na Sistec?
Penso que somos o centro de formação mais antigo no país. Estamos neste segmento há 30 anos, inicialmente começamos com o curso de informática na optica do utilizador, folhas de cálculos, línguas estrangeiras, secretariado, gestão de stoks. Temos um centro de formação profissional que ministra os seguintes cursos: Excel inicial, informática, hardware, secretariado executivo, contabilidade, gestão de recursos Humanos, Excel avançado. Em 30 anos já formamos mais de 50 mil formandos.
Qual é o número de lojas que tiveram de encerrar por causa da crise económica?
Desde o início da crise económica tivemos de fechar 10 lojas. No primeiro trimestre de 2020, fechámos a loja situada na província de Cabinda, porque não existe actividade económica em algumas regiões. Há custos fixos e não havia vendas.
Existe alguma possibilidade destas lojas reabrirem?
Tudo depende da evolução. Caso
a economia volte a funcionar, nas províncias pode voltar a funcionar, porque as instalações são nossas e não nos desfizemos das infra-estruturas. Estamos à espera que haja condições.
Qual é apreciação que faz com a implementação do Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA) em 2020?
O IVA tem pontos positivos e negativos. Os aspectos positivos que vai regulamentar o mercado em termos fiscais, pois vai adquirir recursos financeiros para o Estado. Em relação aos pontos negativos, provocou aumentos nos preços que afectou as empresas.
Quantos quadros fazem parte da empresa?
Localizada na Sede: Av. CheGuevara, nº 138 em Luanda, neste momento a empresa conta com 600 funcionários divididos em diversas áreas.
Em termos de responsabilidade social, qual tem sido a aposta?
A SISTEC posicionou-se como empresa de forte cariz humanista e elevado sentido de Responsabilidade Social, tendo empreendido inúmeras acções de apoio e patrocínio à cultura e ao desporto. Iniciativas como a corrida de São Silvestre em Luanda ou o apoio à Banda Desenhada, entre outras, deixaram uma marca indelével.
Abrimos uma loja nova no início de 2020. Nesta fase, temos mais duas lojas em reabilitação, no sentido de aumentar a oferta de produtos aos nossos clientes