Bolsonaro desvaloriza situação crítica do sistema de saúde brasileiro
Presidente brasileiro,
Jair Bolsonaro, desvalorizou, ontem, Domingo, a situação crítica que vive o sistema de saúde no Brasil por causa da pandemia, dizendo que “a saúde sempre teve os seus problemas”
“Asaúde no Brasil sempre teve os seus problemas. A falta de UTI (unidades de tratamentos intensivos) é um deles e certamente um dos piores”, escreveu o Presidente na sua conta da rede social Twitter, numa altura em que o sistema de saúde brasileiro apresenta sinais de quase ruptura em algumas regiões. Bolsonaro, um dos líderes mundiais mais cépticos sobre a gravidade da pandemia da Covid-19, que chegou a apelidar de “gripezinha”, usou o Twitter para insistir na crítica às medidas de confinamento para combater a crise sanitária.
“Hoje, ao fecharem o comércio e novamente obrigar-te a ficar em casa, vem o desemprego em massa com consequências desastrosas para o país”, disse o Presibrasileiro.
O Brasil é um dos países mais afectados pela pandemia em todo o mundo, com mais de 255 mil mortes com Covid-19 e 10,5 milhões de contágios, tendo completado no Sábado a contagem de cinco dias consecutivas com mais de 1.300 mortes diárias.
A capital, Brasília, é uma das cidades mais afectadas e onde a ocupação de camas de cuidados intensivos está a 98% da sua capacidade, obrigando as autoridades locais a aplicar medidas para diminuir a mobilidade e evitar ajuntamentos de pessoas, com encerramento de lojas e serviços por 15 dias a partir de ontem.
Os comerciantes de Brasília saíram à rua buzinando nos carros e pedindo a suspensão das restrições impostas pelo governador Ibaneis Rocha, apesar de as autoridades já terem flexibilizado algumas medidas, no Sábado, após o apelo de vários empresários.
Inicialmente, as restrições eram por tempo indeterminado e permitiam apenas o funcionamento de serviços essenciais, como supermercados, mercearias, postos de gasolina, comércio de medicamentos, clínicas médicas e odontológicas, laboratórios, clínicas veterinárias e “cultos, missas e rituais de qualquer credo ou religião”.
Após os apelos de suavização das medidas, as restrições só serão estendidas por duas semanas, permitindo também o funcionamento de parques, organismos públicos com atendimento presencial, bancos, escritórios e indústrias.A pandemia da Covid-19 provocou, pelo menos, 2.526.075 mortos no mundo, resultantes de mais de 113,7 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.