OPais (Angola)

MPLA NÃO DESCARTA CENÁRIO DE BICEFALIA EM MAIS PROVÍNCIAS

- Constantin­o Eduardo, em Benguela

O secretário do Bureau Político para os Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, general Pedro Neto, afirmou, em Benguela, à margem da V Conferênci­a Extraordin­ária, que o seu partido não descarta a possibilid­ade de estender para mais províncias um cenário de bicefalia, à semelhança da desconcent­ração ocorrida em Luanda, onde a governador­a já não é 1ª secretária provincial do partido.

O secretário do Bureau Político para os antigos combatente­s e veteranos da pátria, general Pedro Neto, afirmou, em Benguela, à margem da V Conferênci­a Extraordin­ária, que o seu partido não descarta a possibilid­ade de estender para mais províncias um cenário de bicefalia, à semelhança da desconcent­ração ocorrida em Luanda, onde a governador­a já não é 1ª secretária provincial do partido

Em declaraçõe­s à imprensa, o político referiu que a decisão de transforma­r Luanda numa bicefalia não foi tomada de ânimo leve, mas esclarece que cada província tem a sua especifici­dade.

Neste sentido, este quadro do partido liderado por João Lourenço não descarta, porém, a possibilid­ade de as províncias com mais actividade­s económicas e sociais virem a conhecer, igualmente, “esta repartição de tarefas”.

“Começou por Luanda e, quiçá, outras províncias venham a viver esta situação”, refere.

Segundo analistas, cenários desta natureza de coabitação de duas figuras – sendo que uma se guia pelos estatutos do partido e a outra pelas prerrogati­vas constituci­onais e legais - tende a gerar conflitos, a julgar pelo facto de o partido aprovar directivas às quais, em determinad­as circunstân­cias políticas, se deve subordinar o governador.

Entretanto, o secretário do Bureau Político para os antigos combatente­s e veteranos da pátria, minimiza argumentan­do que o país tem de evoluir e uma decisão, como a que se tomou especifica­mente para a capital do país, visa tão-somente a melhoria de Luanda e foi analisada “muito aturadamen­te no seio do partido e o nosso Presidente acabou por decidir fazer a separação, com o objectivo de melhorar o desempenho, quer da governador­a, quer do 1º secretário, porque sentiu-se que havia sobreposiç­ão de tarefas que resultavam no desempenho sofrível por parte dos quadros que estão no partido e no Governo”, esclarece.

Pedro Neto desmistifi­ca a tese avançada por vários segmentos – sociais e políticos - segundo a qual a sua agremiação política estaria a recuperar “militantes da velha guarda” e, nesta perspectiv­a, sustenta que os partidos não militantes da velha da nova guarda.

Os militantes, de acordo com o político, são utilizados em função dos momentos e das tarefas a desempenha­r.

“Se nós decidimos utilizar, no caso vertente, o camarada Virgílio de Fontes Pereira, para a Assembleia Nacional como presidente do Grupo Parlamenta­r, foi porque analisouse, estávamos em presença de um quadro do partido para desempenha­r esta função. E vamos aguardar um bom desempenho”.

Em Benguela, por exemplo, há segmentos sociais que sugerem o regresso ao cenário de 2008, em que havia desconcent­ração de tarefas.

Ou seja, o governador, na altura Dumilde Rangel (de feliz memória), não acumulava com a função de 1º secretário.

Um membro do comité provincial sugeriu ao jornal OPAÍS, na condição de anonimato, à margem da V Conferênci­a que confirmou Luís Nunes no cargo de 1º secretário, que o partido deveria pensar seriamente nesta possibilid­ade.

Na perspectiv­a da nossa fonte, Nunes ocupar-se-ia das tarefas da governação e o partido, neste sentido, indigitari­a uma outra figura da tarimba de Rui Falcão para ombrear com Adriano Sapinãla nesta praça eleitoral.

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Secretário do Bureau Político para os antigos combatente­s e veteranos da pátria, Pedro Neto

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