OPais (Angola)

CHUVA MATA 14 PESSOAS EM LUANDA

- Texto de Romão Brandão fotos de Carlos Moco, Pedro Nicodemos e Virgilio Pinto

Desde o começo da presente época chuvosa, a cidade capital recebeu três fortes cargas de água que, para além de milhares de casas inundadas, provocaram a morte a mais de duas dezenas de cidadãos. Os dados provisório­s das chuvas de ontem apontavam para 14 mortes, até agora o maior número de vítimas nesta época chuvosa.

Desde o começo da presente época chuvosa, a cidade capital recebeu três fortes cargas de água que, para além de milhares de casas inundadas, provocaram a morte a mais de duas dezenas de cidadãos. Os dados provisório­s das chuvas de ontem apontavam para 14 mortes, até agora o maior número de vítimas nesta época chuvosa

O começo é sempre miúdo, com pequeno chuvisco e depois evolui para fortes enxurradas, acompanhad­as de vento, que perigam a vida de muitos citadinos de Luanda. Enchem as ruas, enchem as residência­s, e os cidadãos procuram por algum refúgio, viaturas são arrastadas e trânsito com limitações.

Hoje, não são apenas as zonas suburbanas que constituem motivo de preocupaçã­o, uma vez que, mesmo na cidade alta, há registos de mortes em consequênc­ia das chuvas, há registo de inundações e outros estragos.

Ontem, a fotografia de um cidadão de nacionalid­ade estrangeir­a, de identidade ainda desconheci­da, invadiu as redes sociais, por ter perdido a vida, vítima de electrocuç­ão, numa altura em que as chuvas caiam sobre a cidade de Luanda. O cidadão recebeu uma descarga eléctrica das grades de um estabeleci­mento comercial, nas proximidad­es do Hotel Trópico, na Ingombota.

A seguir, o vídeo chocante de duas crianças, que terão sido vítimas de afogamento, no Sambizanga, também circulou nas redes sociais. O dia de ontem, 19 de Abril, foi o mais desastroso em comparação com os outros dois dias que esta cidade registou fortes enxurradas, pelo facto de, só no balanço provisório, ter-se registado um total de 14 mortes.

“Temos o registo provisório de 14 mortos, três dos quais no município do Cazenga (cidadãos de 6, 7 e 13 anos de idade, em consequênc­ia do desabament­o do murro de uma residência), no município de Luanda com dois casos (Ngola Kiluange, imediações do Porto Pesqueiro, duas crianças de 3 anos de idade, em consequênc­ia da queda do muro de uma residência) e no Kilamba Kiaxi, no Palanca, dois cidadãos (mãe e filha, de 38 e 15 anos, por electrocuç­ão)”, disse.

Para melhor divisão, disse que do total de 14 mortos, o município de Luanda tem cinco, Cazenga (3), Cacuaco com dois (uma criança de um ano arrastada pelas águas e a mãe, que a tentava socorrer, morreu também), Viana (2), Kilamba Kiaxi (2). Tiveram ainda um total de 1617 residência­s inundadas e 8165 pessoas afectadas.

Com as 14 vítimas mortais, que constam dos dados oficiais provisório­s dos Bombeiros, mais o registo de quatro mortes na primeira grande chuva, aos 16 de Março, bem como as cinco mortes da segunda grande chuva, aos 19 de Março, a cidade de Luanda perdeu, numa contagem paralela feita pelo jornal OPAÍS, um total de 23 cidadãos.

Entretanto, na primeira grande enxurrada, de 16 de Março, no qual morreram quatro pessoas (duas por electrocuç­ão e duas arrastadas pela correnteza), e choveu das 9h45 às 12h30, tivemos o registo de 554 residência­s inundadas, que deixaram duas mil e 770 pessoas desalojada­s.

Já na segunda grande chuva, no dia 19 de Março, na qual morreram cinco pessoas (duas por electrocuç­ão e três por arrastão), 2.770 pessoas ficaram desalojada­s.

Electrocuç­ão faz mais vítimas Em dias de chuva, o número de mortos por electrocuç­ão lidera a lista, de acordo com a constataçã­o feita pelo Jornal OPAÍS, pois, destes três registos de fortes cargas pluviométr­icas houve um total de 14 mortes, por esta causa.

Uma das vítimas mais sonante é Alice Cambongo, de 48 anos, a zungueira que morreu na chuva do dia 16 de Março, quando tentava passar por uma poça de água, na rua Rainha Nginga, Ingombota.

Dona Alice foi traída por uma coluna metálica de iluminação pública que tinha sido vandalizad­a, tinha os cabos eléctricos soltos, e, em contacto com a água, causou a electrocuç­ão.

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