Líder da oposição israelita pede governo de unidade nacional
Olíder da oposição israelita, Yair Lapid, apelou, ontem, àformaçãodeum“governo de união”, enquanto o primeiroministro, Benjamin Netanyahu, tenta em vão unir a extrema-direita e os islâmicos para se manter no poder e evitar novas eleições. Depois de ter ficado em primeiro lugar nas eleições legislativas de Março, mas sem maioria absoluta (são precisos 61 dos 120 lugares do parlamento), Benjamin Netanyahu foi indigitado pelo Presidente para formar o próximo governo. Enquantodecorremconversações nos bastidores, o líder da oposição, Yair Lapid, umcentrista, apelou à formação de um governo de “união nacional” para pôr fim à crise no país. “Devemosrestabeleceraconfiança entre a população e os seus líderes.Devemosformarumgoverno que nos una: não um governo de direita, não um governo de esquerda, mas um governo de união”, disse Yair Lapid, acrescentando que quer evitar a realização de umas quintas eleições.
De Abril de 2019 a Março passado, Israel já teve quatro eleições legislativas,queresultaramouemincapacidade para se chegar a acordo para um governo ou, após o terceiro escrutínio,numgovernodeuniãoque durou apenas alguns meses.
Para conseguir os 61 deputados Benjamin Netanyahu e os aliados dos partidos ultra-ortodoxos precisam de obter o apoio da formação de direita radical Yamina, dirigida por Naftali Bennett, do partido de extrema-direita sionista religioso de Bezalel Smotrich e do partido islâmico Raam, de Mansour Abbas. Mas, Benjamim Netanyahu não tem o apoio de Bezalel Smotrich, que não quer participar num governo com o partido Raam, cujos membros o qualificaram de “racista”. Yair Lapid defende um governo de unidadecomtrêspartidosdedireita, dois do centro e dois de esquerda, mas com os partidos a que se refere apenas consegue 58 deputados, quando são necessários 61. “Faremos tudo para formar um governo de união que funcione” e que seja estável, disse o responsável, afirmando-se aberto a todas as opções para atingir uma maioria, excetuando uma aliança com os “kahanistes”, uma corrente de extrema-direita do partido de Bezalel Smotrich.
Bezalel Smotrich disse este fimde-semana que preferia um governo que incluísse Yair Lapid a um apoiado pelos partidos árabes.