OPais (Angola)

O projecto (parado) água para todos

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Saudações, caro coordnador do Jornal OPAÍS! O projecto água para todos surgiu como uma luz no fundo do túnel, na vida dos populares do bairro Golfe 1. A espectativ­a dos habitantes desta zona, localizada no município do Kilamba-Kiaxi, isto é, em Luanda, era grande porque viriam as coisas a melhorar significat­ivamente com a implementa­ção deste projecto. Era para pararmos de percorrer grandes distâncias para obter o líquido precioso ao custo de Kz 50, porque, com a implementa­ção do projecto, teríamos as torneiras nos nossos quintais e seria desnecessá­rio percorrer aquelas distâncias. Mas, passados cinco anos, desde a colocação das primeiras torneiras nesta zona, nenhuma gota de água jorrou deste projecto. Nem água vem, nem água vai. Nem testes, para verificar se as tubagens foram bem colocadas, foi feito. Nos últimos dias, por causa da falta de seriedade na implementa­ção dos projectos públicos, os populares do bairro Golfe 1 encontram-se numa busca desenfread­a de água para poderem realizar as pequenas tarefas domésticas e fazer a sua higienizaç­ão. Só para se ter noção, um bidão de água de 25 litros, chega a atingir o preço de Kz 150 – o que chega a ser muito caro para nós como moradores desta área. A escassez deste líquido faz com que muitos habitantes corram o risco de fazer travessias perigosas com bidões à cabeça e nos carros de mão, a desobedece­rem as formas correctas de travessia na estrada, que muitas vezes resultam em graves atropelame­ntos. Por causa desta escassez, grandes enchentes são verificada­s nos poucos locais em que se vende água potável, ignorando a Covid19, já que não obedecem ao distanciam­ento de um metro ou de dois metros indicado pela Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS). O bairro está mal por causa da falta de água. Se as políticas públicas criadas a nível do município do Kilamba Kiaxi fossem sérias, e a implementa­ção deste projecto não ficassem bonitos apenas no papel, hoje estaríamos sem grandes constrangi­mentos por causa da falta de água. Ainda mais numa altura de pandemia, em que lavar as mãos com água e sabão é uma das formas de se proteger do vírus.

José Alfredo, Golfe 1

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