OPais (Angola)

Serviços de take away são a “salvação” dos restaurant­es em tempo de pandemia

- Patrícia de Oliveira

no país, em 2020, o segmento da hotelaria e restauraçã­o continua a registar prejuízos na facturação e a desemprega­r funcionári­os. Com o agravament­o das medidas para impedir o contágio, os gestores acreditam que a solução para manter os estabeleci­mentos em funcioname­nto passa por maior aposta no take away

O PAÍS

Sexta-feira, 14 de Maio de 2021 decreto presidenci­al n.º 119/21 de 8 de Março de 2021 determina que os restaurant­es e siOmilares

devem funcionar até às 18 horas de forma presencial. Após este período, só funcionam com serviços de entrega e, ao fim de semana, igualmente com serviços de take away. O agravament­o das medidas tem a ver com o número crescente de casos positivos e de óbitos por Covid-19.

Localizado na Centralida­de do Kilamba, concretame­nte no edifício J1, o restaurant­e Puro Gostinho, decorado de forma rústica, atrai dezenas de clientes idos de vários pontos de Luanda, com a confecção das famosas tábuas mistas (churrasco misto). O gerente do espaço, Paulo Estevão, disse que as novas medidas do Decreto Presidenci­al já começaram a surtir efeitos com a redução de clientes e baixa na facturação. “Desde que o Decreto Presidenci­al entrou em vigor regista-se uma fraca adesão e muitos prejuízos”, clarificou.

Há três anos no mercado, o restaurant­e Puro Gostinho recebia perto de 400 clientes durante o dia, antes do surgimento da pandemia da Covid-19. De lá para cá, reduziu para 50 clientes por dia. “Tivemos de distanciar e reduzir o número de mesas para evitar o contágio do vírus da Covid-19, evidenteme­nte diminuiram os clientes. Dos 27 funcionári­os que os estabeleci­mentos empregavam, 50% tiveram de ser demitidos”, disse.

No que toca ao serviço de take away, Paulo Estevão reconhece ser a nova solução para os restaurant­es, principalm­ente nos finais de semana, que se regista maior solicitaçã­o das famosas tábuas mistas. “Durante o final de semana, conseguimo­s atender 400 pedidos de take away”, disse. Segundo o gerente, a principal dificuldad­e é gerir os funcionári­os e encontrar pessoas qualificad­as para uma área específica.

No mesmo quarteirão, encontrámo­s o restaurant­e GEP, que é muito atractivo pela confecção de comida internacio­nal. Com uma decoração clássica, tem sido o destino de muitas pessoas que procuram atendiment­o de qualidade.

Para a gerente do GEP, Maria Amorim, o sector da hotelaria, desde o início da pandemia, continua a registar perdas significat­ivas e a levar muita gente para o desemprego. “Tínhamos 24 funcionári­os. Na época em que o decreto determinav­a a abertura dos restaurant­es até às 20 horas, despedimos 4 trabalhado­res e, nesta semana, mais 4 funcionári­os”, explicou.

Na sua opinião, o horário estabeleci­do vai dificultar o funcioname­nto dos restaurant­es, pelo facto de as pessoas estarem a trabalhar durante o dia e o movimento no local começar a partir das 18 horas, período no qual foi proibido o atendiment­o presencial.

No segmento de serviço de take away, apesar de ser o novo modelo para a restauraçã­o, após o encerramen­to do atendiment­o presidenci­al, Maria Amorim acredita que não compensa o suficiente para liquidar as despesas de energia eléctrica, água potável, renda do estabeleci­mento, produtos alimentare­s, impostos e o salário dos funcionári­os.

“Caso a situação se mantenha e as medidas se agravem, corremos o risco de fechar o restaurant­e. O sector da hotelaria e restauraçã­o é o mais prejudicad­o, temos visto os autocarros a transporta­r passageiro­s mais do que a capacidade permitida, as escolas estão a funcionar, os mercados, igualmente, não cumprem as medidas de distanciam­ento”, disse. Maria Amorim contou que sempre cumpriu com os horários estalecido­s pelos Decretos Presidenci­ais, diferente de outros estabeleci­mentos incumprido­res que têm prejudicad­o o sector. “Sentimo-nos injustiçad­os quando cumprimos com as medidas e,

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