Exército do Uganda junta-se ao Congo na ofensiva contra os rebeldes islâmicos
Os exércitos do Uganda e do Congo estão a montar um centro de operações no Leste da República Democrática do Congo para uma ofensiva conjunta contra os rebeldes islâmicos que mataram centenas de pessoas no ano passado, disse o governo do Congo.
No Domingo, uma delegação da Força de Defesa do Povo de Uganda ( UPDF ), incluindo o comandante das forças terrestres do Uganda, chegou a Beni, na província de Kivu do Norte, para estabelecer um centro de coordenação para os dois exércitos, disse o Ministério das Comunicações de Kinshasa, na Quartafeira.
O porta-voz do exército do Congo não comentou, prontamente, a informação veiculada. Do lado do Uganda, um portavoz do exército disse não poder confirmar as informações fornecidas pelo governo do Congo.
A 03 de Maio, o Congo introduziu a lei marcial nas províncias de Kivu do Norte e Ituri na esperança de resolver o agravamento do derramamento de sangue numa faixa de território ao longo da fronteira com o Uganda.
Os países eram inimigos durante as guerras civis do Congo, que terminaram oficialmente em 2003. As relações entre os dois ficaram tensas desde então.
Acredita-se que uma milícia com raízes no Uganda, as Forças Democráticas Aliadas (ADF), seja responsável por grande parte da violência recente, matando cerca de 850 pessoas no ano passado, segundo dados da ONU.
“O (exército congolês) e a UPDF estão determinados a lutar contra a ADF ”, disse o Ministério da Informação do Congo num comunicado, sem dar mais detalhes.
O ADF realizou uma série de ataques de represália contra civis desde que o exército do Congo começou a operar contra ele no final de 2019.
Em Março, os Estados Unidos rotularam o grupo de organização terrorista estrangeira por causa de supostas ligações com o grupo do Estado Islâmico, embora as Nações Unidas tenham, consistentemente, minimizado a força e a natureza da influência do EI no Congo.
Em Abril, o Congo disse que estava a pedir mais de USD 4 biliões em indemnizações ao Uganda pelo seu papel nos conflitos entre 1998-2003, que incluíram o apoio a grupos rebeldes.