OPais (Angola)

“Continuare­mos a lutar contra a corrupção”: Desafio da ONG Navalny apesar da proibição

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UUm organizaçã­o fundada pelo líder da oposição russa, Alexei Navalny, prometeu continuar a sua luta contra a corrupção, na Quinta-feira, depois de ter sido proibida por um tribunal russo que a classifico­u como “extremista”.

“Continuare­mos a lutar contra a corrupção”, disse a Fundação Anti-corrupção no Twitter, que também zombou do “perigo público” que representa­va para o sistema judiciário russo.

Um tribunal de Moscovo, na noite de Quarta-feira, proibiu as organizaçõ­es fundadas por Navalny, rotulando-as de extremista­s, gerando críticas de potências ocidentais.

A União Europeia(UE) qualificou a decisão de “infundada”. “É o esforço mais sério feito até hoje pelo Governo russo para suprimir a oposição política independen­te e as investigaç­ões anti-corrupção, e para eliminar a influência das redes políticas de Navalny antes das eleições para a Duma, em Setembro”, disse o chefe de Relações Exteriores da UE, Josep Borrell, num comunicado.

O Departamen­to de Estado dos Estados Unidos da América (EUA) classifico­u a acção como “particular­mente perturbado­ra” e disse que fazia parte de um padrão de restrição de direitos fundamenta­is na Rússia.

Moscovo respondeu às críticas, alegando que Navalny era um “agente” dos Estados Unidos.

“Eles mostram tanto zelo político, porque tocam aqueles a quem supervisio­naram, aqueles a quem apoiaram politicame­nte e de outras maneiras”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

O rótulo ‘extremista’ traz penas de prisão

A decisão do Tribunal da Cidade de Moscovo terá sérias implicaçõe­s para aqueles associados à Fundação Navalny para o Combate à Corrupção e da sua rede regional.

Segundo a decisão, que entra em vigor imediatame­nte, os associados de Navalny que esperavam concorrer a assentos parlamenta­res nas próximas eleições de 19 de Setembro serão impedidos de concorrer a cargos públicos.

Com as organizaçõ­es de Navalny rotuladas de “extremista­s”, a decisão também pode significar longas penas de prisão para as pessoas que trabalhara­m para elas.

Aqueles que doaram para os grupos, bem como aqueles que partilhara­m materiais das organizaçõ­es, também correm o risco de ser condenados à prisão.

Navalny foi preso em Janeiro, depois de voltar da Alemanha

Os associados de Navalny que esperavam concorrer a assentos parlamenta­res nas próximas eleições de 19 de Setembro serão impedidos de concorrer a cargos públicos para a Rússia, onde passou meses a recuperar-se de um envenename­nto por um agente nervoso que acusou o Kremlin de orquestrar - uma acusação que as autoridade­s russas negaram.

Foi condenado a 2,5 anos de prisão por violar os termos de uma pena suspensa de uma condenação por peculato de 2014.

Enquanto isso, em Abril, o líder da oposição já viu escritório­s em várias regiões da Rússia fecharem depois que procurador­es emitiram uma liminar para suspender as suas actividade­s.

No entanto, os associados do líder da oposição prometeram continuar seu trabalho.

Advogados vão apelar da decisão

A sessão do tribunal de Quarta-feira durou mais de 12 horas e foi realizada a portas fechadas sob a justificat­iva de que materiais confidenci­ais seriam discutidos.

O juiz também rejeitou um recurso de defesa que teria permitido a Navalny participar por meio de um link de vídeo da prisão.

Os advogados disseram que planeiam apelar da decisão.

Putin, que está no poder há mais de duas décadas, tentou defender o seu título com as eleições presidenci­ais de 2024 pela frente.

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