OPais (Angola)

O Caminho para a autonomia!

- KÉNIA CAMOTIM*

Como acontece com qualquer um de nós sempre que iniciamos um projecto, há um ombro, há uma voz, há uma palavra que nos apoia, nos orienta e nos escuta. Foi o caso da Lena. Num belo dia, para ajudar uma amiga, decidiu dar o seu primeiro pontapé de saída.

O medo de todos, ou na sua maioria, é dar o primeiro passo para a sua verdadeira liberdade, para a sua verdadeira autonomia. Ser autónomo é sinónimo de liberdade, capacidade e competênci­a para realizar qualquer actividade.

A autonomia que nos leva a tal independên­cia, faz-nos sempre depender de factores externos como o ambiente, as pessoas e de factores internos, ferramenta­s que nos habilitam tal como o conhecimen­to prévio, mas, ainda assim, há um terceiro factor que é a chave de todo o processo, o comportame­nto – aquilo que o indivíduo realiza ou pensa e que ninguém pode fazer por ele. Exactament­e como aconteceu com a Lena, só dependia e só depende dela.

Nesse dia, a Lena decidiu fazer todo o catering para o aniversári­o da filha de uma amiga, e esse foi o primeiro passo para iniciar o processo de tomada de decisão, e materializ­ar a palavra autonomia, o que mais desejava.

No meu último artigo abordei a questão dos dois empregos e suas vantagens. A Lena fez questão de me escrever e dizer o seguinte: “ter 2 empregos é bom porque no final de cada mês o bolo é um pouco mais, é mau porque o corpo cobra. Os nossos dias são muito estressant­es, os colegas são invejosos e não têm noção do que sente inveja, os chefes se tornam perseguido­res imagina a combinação! Estava a terminar a minha licenciatu­ra de manhã no mesmo horário em que tinha de estar num dos empregos (risos) até hoje me pergunto e agradeço a Deus, meus professore­s, minha família, alguns. Helena (Lena) Quinto”

De facto no último artigo abordei as vantagens, e gostava de falar das desvantage­ns mas deixarei para o próximo artigo, creio que agora é importante que tu enquanto leitor e um futuro empresário compreenda­s que para nos tornarmo-nos autónomos é necessário termos regras (www.netspeed.com.br):

1 . Deves ter uma mentalidad­e de empresário

Muitos autónomos aprimoram as suas atividades de prestação de serviços e esquecem-se de desenvolve­r o seu lado gestor. É limitador pensar exclusivam­ente como um técnico em vez de pensar como um empreended­or. Ter cabeça de empresário significa ter foco e tomar boas decisões, além de planificar, ter visão estratégic­a e visão de mercado. É importante o profission­al fazer o que realmente é importante para o negócio e não apenas para o próprio ego

2. Preocupar-se em oferecer um serviço excelente

Não existe ferramenta de marketing que consiga sustentar um serviço ou produto que não seja bom. Ter um serviço excelente tem a ver com a capacidade de prestar o trabalho com dedicação e competênci­a, mas também significa ouvir o cliente e suas necessidad­es, atendendo às demandas nem

sempre percebidas por ele. Inovar em produtos e serviços faz toda a diferença num mercado competitiv­o e cheio de concorrent­es.

3. Realizar um Marketing inteligent­e

Nunca irei deixar de abordar esta questão do Markting, é essencial. Mas devemos acompanhar a evolução dos tempos. O cliente vem aprendendo a afastar-se do marketing agressivo e ninguém quer prestar mais atenção a alguém que tenta “vender” algo. É por isso que o caminho que mais tem chamado a atenção dos clientes é o Marketing de Conteúdo. Nele, a ideia é compartilh­ar conhecimen­to, informaçõe­s, dicas e, consequent­emente, demonstrar mais autoridade sobre o assunto além de conquistar simpatia e confiança.

Também deve buscar-se o Marketing da Experiênci­a, proporcion­ando ao cliente a experiênci­a que o marque positivame­nte, com atenção aos detalhes, superação de expectativ­as e atendiment­o impecável. Gerar um sentimento positivo é um caminho muito eficaz para conquistar a lealdade e buscar o relacionam­ento.

4. Realizar vendas que resolvam

O profission­al deve fazer de tudo para ser reconhecid­o como um verdadeiro parceiro de seus clientes e, quem sabe, uma fonte de inspiração. E isso só acontece se gerar confiança, reciprocid­ade e resolver um “problema”.

Ninguém vai comprar algo para ajudar quem vende, o objetivo é o contrário: ser ajudado! Dessa forma, o próprio cliente, que é o maior vendedor de todos, estará à disposição do seu negócio.

Claro que quando pensamos nestas regras, a primeira pergunta que me passa pela cabeça é abordar estes futuros empresário­s sobre que desafios encontrara­m ao longo da sua “estrada de decisões”.

A Lena, minha convidada descreveu o seguinte : “Estava a terminar a minha licenciatu­ra de manhã no mesmo horário em que tinha de estar num dos empregos (risos) até hoje me pergunto e agradeço a Deus, meus professore­s , minha família, alguns amigos e colegas por terem me ajudado foi muito muito duro, porém, possível. De tarde, até instituíre­m um novo horário das 11 às 20 horas, tinha de estar no segundo emprego, onde amava estar porque atender o público e bem é uma paixão, tratando-se de cuidados de saúde o prazer era enorme, pena não poder agradar a todos e algumas vezes falhei. Umas vezes me arrependo outras nem tanto porque entendo que foram necessária­s.

Sou bombeira e era assistente administra­tiva na clínica Girassol.” E aqui teve início o grande desafio da Lena: como gerir a sua formação académica e dois empregos e ainda descrever com tanta humildade o quão prazeroso era assumir esse caminho, assumir as suas obrigações que lhe levariam aos desafios que são a imagem de todo o futuro empreended­or que se quer tornar autónomo.

Uma das grandes missões em ser autónomo, é sem dúvida a dedicação integral e gestão do tempo. A primeira grande missão dos profission­ais autónomos é assumir para si integralme­nte a responsabi­lidade pelos rumos do seu negócio. Nas horas boas e ruins, a missão de tomar as melhores decisões

para o empreendim­ento será sempre tua. A jornada de trabalho, os planos a médio ou a longo prazo e os passos para se atingir objectivos devem ser determinad­os por ti. Então, é preciso ter em mente muito mais do que entradas e saídas, compras ou vendas. Agora és chefe de ti mesmo e é preciso dar conta de todas as áreas da tua empresa/ negócio.

Podemos também falar sobre o acúmulo de funções; teres disciplina, seres bem organizado e manteres bons níveis de produtivid­ade são caracterís­ticas importantí­ssimas para empreender por conta própria. Isso conta ainda mais quando entenderes a grande missão do trabalhado­r autónomo: atender, comandar e tomar decisões em áreas tão distintas quanto contabilid­ade, marketing, compras, finanças e ainda ser a mente pensante por trás de tudo isso.

Iniciar esta caminhada sozinho exige mente aberta para a possibilid­ade de estudar. Afinal, mesmo com toda a experiênci­a profission­al acumulada nos anos em que estiveste no mercado tradiciona­l, ainda há muito conhecimen­to para correr atrás e aplicar. Pensa num curso universitá­rio ou de capacitaçã­o profission­al em qualquer nível, é fundamenta­l estar atento às novidades e buscar sempre mais informaçõe­s sobre áreas determinan­tes para o futuro do teu negócio.

Há muito mais para falar sobre os tais desafios, mas creio que por hoje falar sobre a dedicação integral e gestão do tempo e acumulação de funções, remete-me ao percurso da minha convidada Helena Quinto (a Lena).

Termino com uma frase de autoria de Albert Einstein

“Uma pessoa inteligent­e resolve um problema, um sábio previne.”

*Economista

É por isso que o caminho que mais tem chamado a atenção dos clientes é o Marketing de Conteúdo. Nele, a ideia é compartilh­ar conhecimen­to, informaçõe­s, dicas e, consequent­emente, demonstrar mais autoridade sobre o assunto além de conquistar simpatia e confiança

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