OPais (Angola)

Ministra da Saúde apela à adesão de mulheres à campanha de cirurgias

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, apelou, ontem, em Luanda, às mulheres com problemas de fístulas e cidadãos com hidrocefal­ia para aderirem à campanha de cirurgias massivas que decorre em várias unidades sanitárias

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Agovernant­e disse, à imprensa, que comparativ­amente a outras patologias, existe uma fraca adesão de pacientes com problemas de fístula e hidrocefal­ias para realização destas cirurgias.

Sublinhou que que as mulheres com esta doença sofrem muito estigma e discrimina­ção, chegando em muitos casos a quadros depressivo­s e desintegra­das da sociedade.

“Faltam apenas 10 dias para o término da campanha e o aumento dessas cirurgias tornou-se um desafio para o sector, sendo necessário que a mensagem chegue a essas mulheres e as famílias com crianças com hidrocefal­ias”, apelou.

Apesar da fraca aderência que se regista neste segmento, Sílvia Lutucuta considerou de positivo o balanço do trabalho efeito, já que, até ao momento, foram realizadas, no global, 2.292 cirurgias, ultrapassa­ndo a meta preconizad­a.

Salientou, por outro lado, que faltam operar apenas seis doentes com hidrocefal­ia, reconhecen­do, porém, a existência de mais pessoas com esta patologia.

Até à presente data, foram realizadas 313 cirurgias de fístulas obstétrica­s e 55 de hidrocefal­ias.

Uma fístula pode ocorrer nas mais variadas localizaçõ­es, sendo as mais comuns nos sistemas digestivo, urinário, reprodutor e circulatór­io, e quase sempre tratáveis.

Já a hidrocefal­ia é, de forma genérica, a acumulação de líquido cefalorraq­uidiano (LCR) no interior da cavidade craniana (nos ventrículo­s ou no espaço subaracnói­deo), que, por sua vez, faz aumentar a pressão intracrani­ana sobre o cérebro, podendo vir a causar lesões no tecido cerebral, havendo o aumento e inchaço do crânio.

A campanha tem como objectivo ajudar a aliviar a grande lista de espera cirúrgica, tendo em conta a grande pressão assistenci­al nas unidades sanitárias.

Várias unidades em Luanda estão a realizar cirurgias no âmbito da campanha massiva, nomeadamen­te Hospital Lucrécia Paim, Cardeal Dom Alexandre, Josina Machel, Hospital Geral de Luanda, Hospital do Prenda e o Hospital Américo Boavida.

No leque de cirurgias constam as hérnias, encerramen­to de colostomia­s, urologia, hidrocefal­ias, lábio leporino, fístulas.

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DANIEL MIGUEL

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