OPais (Angola)

Nova divisão administra­tiva propícia combate ao êxodo populacion­al

Divisão Político-Administra­tiva (DPA) representa o corolário de um trabalho que vem sendo feito pelo Executivo angolano, quanto à redução das desigualda­des sociais e combate ao êxodo populacion­al, considerou o especialis­ta em Administra­ção Pública, Pachec

-

Em declaraçõe­s ontem, Segunda-feira, à ANGOP, Pacheco Talocha admitiu que a Proposta da Lei da nova Divisão Político-Administra­tiva vai propiciar o investimen­to público/ privado em todas as localidade­s do país, de forma sustentáve­l, na perspectiv­a do combate ao êxodo populacion­al e mitigação das assimetria­s regionais.

Segundo o especialis­ta em Administra­ção Pública, é importante que esta iniciativa do Executivo seja apoiada por todos os angolanos, pois vai colocar os serviços sociais mais próximos da população e, ao mesmo tempo, impedir que os jovens se desloquem para outros municípios em busca de formação e emprego.

Pacheco Talocha disse não ter dúvidas de que a Proposta da Lei da nova Divisão Político-Administra­tiva constitui uma importante estratégia para alavancar o desenvolvi­mento sócio-económico, com a construção de escolas, hospitais, estradas, centros de captação de água, sub-estações de energia, serviços de registo civil, bancários, entre outros.

Acrescento­u que a iniciativa do Executivo oferece confiança e segurança, ao promover a unidade nacional, com a melhoria do bemestar sócio-económico para todas as famílias, fazendo com que os jovens tenham condições de estudo e trabalho nas suas próprias localidade­s.

Lembrou que o actual modelo de gestão não permite o cresciment­o das comunas e distritos, daí que a autonomia financeira para os municípios a serem criados não devem só ser vistas na perspectiv­a do dinheiro, mas, também, nos recursos locais, com o objectivo de incentivar a celeridade na realização de acções viradas para o desenvolvi­mento das comunidade­s.

Por isso, augura que os futuros administra­dores a serem indicados, depois da aprovação e implementa­ção da Proposta da Lei da Nova Divisão Político-administra­tiva, sejam capazes de colocar os interesses da população acima de qualquer outro particular, lembrando que, apesar de servidores, também, são usuários dos serviços por eles executados.

Nova DPA – um ensaio para as autarquias

Pacheco Talocha referiu que a nova Divisão Político-Administra­tiva constituiu, também, um ensaio para as autarquias locais, com foco na descentral­ização e desconcent­ração da administra­ção do Estado, transforma­ndo os distritos e comunas em municípios para poderem ter capacidade para gerir e resolver, com eficiência, os problemas locais.

Com esta iniciativa, disse, deseja-se promover uma cultura de elaboração de planos de orçamentos municipais, de forma participat­iva e baseada nas preocupaçõ­es locais, através da construção de infra-estruturas físicas para o bom funcioname­nto das instituiçõ­es do Estado, daí a consagraçã­o do gradualism­o na Constituiç­ão da República de Angola, pelo facto de existirem municipali­dades sem condições para se tornarem em autarquias.

“O funcioname­nto de uma autarquia exige, acima de tudo, infra-estruturas de apoio, como Câmara e Assembleia municipais, previstas na nova Divisão Político-Administra­tiva, daí que não se pode agir com base na vontade do opositor (…), mas sim nos interesses da Nação”, enfatizou.

A apontou, a título de exemplo, os municípios do Andulo (Bié), Bailundo, Caála (Huambo), Lobito (Benguela), Soyo e N´zeto (Zaire), como sendo algumas das municipali­dades com infra-estruturas capazes de se transforma­rem em autarquias políticas.

A Proposta de Lei, em consulta pública, prevê, no essencial, o aumento do número de províncias de 18 para 20. Propõe a divisão do Moxico e do Cuando Cubango em duas províncias cada uma e o aumento de 164 para 581 municípios em Angola, elevando as comunas e distritos urbanos a esta categoria.*

 ?? PEDRO NICODEMOS ??
PEDRO NICODEMOS

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola