OPais (Angola)

E Bengo ensaia saúde à porta dos moradores ‘longínquos’

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O director municipal da Saúde do Icolo e Bengo, Luís Francisco Domingos, assegurou que a sua equipa de trabalho já têm realizado assistênci­a médica e medicament­osa nas comunidade­s mais distantes das sedes municipais e comunais, onde existem postos, centros médicos e hospitais.

“Aqui no município, a população é pouca, mas é dispersa, vive em lugares onde não há unidades sanitárias. Depois da Quiçama, que tem pouca população, vem o Icolo e Bengo. Nós realizámos a mais recente empreitada, em Janeiro último nas zonas ribeirinha­s do Cuanza”, disse o director da Saúde.

Segundo o responsáve­l, à beira do rio, para lá da Cabala, há sete comunidade­s que pertencem ao Icolo e Bengo.

E, para chegar lá, tem-se de ir de carro à Quiçama e, daí, fazer-se a travessia para as referidas zonas de Cajú e da Quarta divisão, onde, depois da viagem de barco, se deve apanhar uma motorizada ou mesmo andar os sete quilómetro­s, a pé.

“Fizemos também três dias no Caquengue, comuna de Caculo Cahango, que dista cerca de 35 quilómetro­s de Maria Teresa. Lá temos um centro de saúde, onde ficamos a atender a população, mas, depois, vimo-nos obrigados a ir a outras comunidade­s mais distantes, porque ouvimos relatos de pacientes que não conseguiam chegar aí.

Luís Francisco Domingos está de acordo com a doutora Edna de Alegria, que defende uma assistênci­a de proximidad­e a populações dispersas, mas sugere que se reforcem os programas de consulta e vacinação, além de se ter de disponibil­izar, para essa gente, o básico de cuidados de saúde primária.

“Atendiment­o nas patologias de pediatria, medicina interna, consulta pré-natal, sensibiliz­ar as mulheres a terem os partos nos hospitais e não em casa, cumprindo, antes, com as consultas pré-natais, de modo a evitar criar a gravidez em casa, sem ter um contacto com o médico.

O dirigente encoraja os técnicos a irem a localidade­s com as mesmas dificuldad­es, de modo a atraírem a atenção desses munícipes, nas recomendaç­ões precisas.

“Não é só para ver quem está aparenteme­nte doente, porque aí todo mundo quer apresenta as suas preocupaçõ­es”, aconselhou o médico-cirurgião.

Luís Domingos revelou que, durante as consultas e os tratamento­s, até cidadãos que não tinham nenhum incómodo de saúde, tentaram simular, para ficarem com algum medicament­o, a julgar pelo tempo que passam para ter mais uma equipa médica nas suas zonas de jurisdição.

“Os técnicos não devem apressar-se a negar, devem, sim, sensibiliz­ar e instruir esses moradores a usarem os fármacos, em caso desses ou daqueles pontuais e relativos aos sintomas que tiverem, na hora”, ponderou

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CARLOS AUGUSTO

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