OPais (Angola)

Magistrado­s judiciais e do Ministério Público paralisara­m actividade­s em protesto por melhores condições de trabalho

Os magistrado­s judiciais e do Ministério Público no país paralisara­m, por algumas horas, ontem, os trabalhos para reivindica­rem por melhores condições de trabalho, direitos legalmente adquiridos e não interferên­cia nas suas actividade­s

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Num protesto denominado “silencioso”, os magistrado­s afectos ao Ministério Público na capital do país, Malanje, Huíla e Bengo protestara­m, apresentan­do vários pontos à entidade com competênci­as para mudar o actual quadro por que passam.

Nos cartazes podia ler-se: “Justiça é Acção e não Discurso”; “Magistratu­ra independen­te, instituiçõ­es fortes”, numa acção promovida pelo Sindicato Nacional dos Magistrado­s do Ministério Público e da Associação dos Juízes de Angola.

Actualizaç­ão dos salários que não é feita desde 2017, a necessidad­e de seguro de saúde dos magistrado­s e seus dependente­s, a melhoria das condições de trabalho com a devida urgência, a reposição de todos os direitos retirados sem fundamento legal (como subsídio de manutenção, de chefia, de isolamento, bilhete de passagem para os magistrado­s e seus cônjuges), fazem parte de uma extensa lista a que o jornal OPAÍS teve acesso.

No documento que fazemos referência, os magistrado­s exigem ainda a devolução dos passaporte­s, a atribuição de viaturas a que têm direito e a aprovação do Estatuto Remunerató­rio.

As péssimas condições, ao ponto de nalguns casos, não terem onde fazer as necessidad­es fisiológic­as, também consta do que consideram trabalhar a Deus dará. “Para magistrado­s que trabalham nas Esquadras, alguns nem encontram espaço para fazerem as suas necessidad­es, recorrendo para o efeito a casas próximas”, refere a nota.

Quanto à questão dos transporte­s segundo o documento, muitos magistrado­s deslocam-se de motorizada­s para os locais de serviço, pagando com os seus salários, outros usam viaturas próprias.

Os “homens da justiça” querem também o fim das interferên­cias nas suas actividade­s. “Queremos liberdade e não interferên­cia. Magistratu­ras independen­te, instituiçõ­es fortes”, lê-se no documento.

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