OPais (Angola)

Repensar a UNAP para maior dignidade

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Preocupado, os artistas plásticos gostariam de ver a instituiçõ­es em melhores condições, a promover e divulgar os seus trabalhos. Para Adão Mussungo, o estado actual da sede da UNAP correspond­e com a realidade que o país enfrenta, onde parte do património cultural, edifícios com grande simbolismo defrontam o mesmo problema. Quanto aos espaços para exposições, que se encontram encerrados, observa que tem contribuid­o negativame­nte para melhor divulgação dos trabalhos dos artistas, por falta de condições dignas. Mussungo defende ainda que o “Estado deve repensar esta situação, por formas a dar um lugar digno a classe das artes plásticas, ou por meio de parceria com empresas”. “É urge a necessidad­e de repensar o local onde os artistas se reúnem. A sede da UNAP Deve ser reabilitad­a, restrutura­da para o bem das artes, visto que a sociedade carece de valores culturais e este espaço já foi o centro de reflexões para a sociedade”, ressaltou.

O artista reconhece o trabalho feito pela actual direcção, no sentido de agregar os associados e alavancar os seus trabalhos. “É de agradecer, mas com o estado actual da sede da UNAP não vamos crescer. Vamos ter fé que dias melhores vêm para UNAP. Já dizia Dr. António Agostinho Neto, visto que foi um dos locais que visitou e falou sobre o desenvolvi­mento do país”, sublinhou

Ainda sobre o assunto, Fineza

Teta considera que a UNAP hoje encontra-se no estado caído em desuso. Pelo que tem constatado ao longo dos anos, a instituiçã­o nunca viveu dias melhores. Que sempre a encontrei mal, apesar de que uns tenha tentado dinamizar, enquanto outros puseram-na na sonolência.

Contou que diante da situação, pela primeira vez observou um grupo de artistas jovens a unirem-se em prol da instituiçã­o. “Houve há dias, e fiquei surpreendi­da, uma campanha nas instalaçõe­s da UNAP e aquilo chocou-me, porque era muito lixo guardado ali dentro. E como é que as pessoas conseguira­m conviver estes anos todos com tanto lixo, com tanta obra degradada, com tanta miséria de aparência no espaço”, questionou.

Apesar de reconhecer o facto de hoje haver união entre os profission­ais, deplora à falta de eventos que possam agregar os artistas. Sem saber ao certo o motivo que faz com que as direcções apresentem o mesmo posicionam­ento durante o mandato, observa que recorrem pelas mesmas vias, quanto a resolução dos problemas que são apresentad­os aos órgãos de tutela. “Já sabemos que não vamos ter respostas. Não podemos estar a toda hora à volta do círculo. A UNAP tem que criar parceiros que o apoie, porque não há esse amparo aos artistas em todas as áreas. Então, acho que devemos parar de correr atrás destas instituiçõ­es e arranjar soluções para que as coisas possam andar”, aconselhou.

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