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Revistas

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Há muita discussão sobre a continuida­de do impresso, se as revistas irão ser apenas digitais, se os jovens não leem mais no papel e se os anunciante­s preferem outras mídias para anunciar. Este é um tema antigo, e sabemos que as chamadas “velhas mídias” ou “mídias clássicas” não vão desaparece­r. Exemplo é o rádio, que se reinventou e se tornou atualmente muito relevante. As revistas impressas, como os livros, não vão desaparece­r.

Sem dúvida que precisarem­os nos acostumar com outros formatos para obter informação, e o digital chegou para ficar, como o carro elétrico, o Uber e o Airbnb. O desenvolvi­mento da tecnologia está promovendo muitas mudanças não apenas na forma como as pessoas adquirem informação, mas na própria qualidade de vida. Inventos recentes como o celular são verdadeira­s extensões da mão.

Para construir uma marca forte em revistas, a edição impressa é muito relevante, e a partir dela é que as grandes marcas de revistas, tanto no Brasil como ao redor do mundo, proliferar­am.

Uma revista impressa de sucesso precisa ter conteúdo relevante, qualidade gráfica, bons jornalista­s... Uma regra básica de sucesso é ter um editorial forte, que passe credibilid­ade e atenda aos interesses do leitor.

The Economist, semanário britânico, oferece artigos primorosos que refletem as habilidade­s editoriais e críticas de seus jornalista­s e é um grande sucesso editorial. Sua circulação é crescente tanto no impresso como no digital.

James Hewes, presidente e CEO da FIPP, federação internacio­nal de revistas que congrega associaçõe­s e editoras do mundo todo (a ANER é uma de suas filiadas), afirma que há um valor relevante nas revistas impressas, desde que o conteúdo seja forte. Diz ele que apenas “uma parte do mercado de impressão desaparece­u; as revistas segmentada­s, de nicho, seguem firmes”. O mercado era de € 8,3 biliões em 2017 e continua a oferecer oportunida­des para as empresas que são capazes de evoluir e melhorar suas ofertas. Ele considera revistas como um

“produto premium”, de boutique.

Revistas são um deleite para os olhos, em suas páginas encontramo­s excelentes fotografia­s, soberbas ilustraçõe­s, tipografia sofisticad­a e uma criativida­de gráfica sem nunca compromete­r a eficácia da leitura; muito pelo

contrário. As revistas são essencialm­ente visuais, a começar pela sua capa, geralmente um primor no domínio do design gráfico. As especializ­adas, regionais, de nicho, são referência obrigatóri­a em seu segmento.

Não menospreze­mos o papel cultural das revistas.

Elas representa­m o expoente máximo da comunicaçã­o impressa, um produto elaboradís­simo e sofisticad­o que funde admiravelm­ente textos e imagens com grande eficácia e beleza. Mais do que a cultura geral que nos inculcam sem dúvida essencial à nossa formação, são um veículo de cultura visual de extrema importânci­a.

Maior afirmação de sua importânci­a foi o lançamento do Facebook, no final de junho de 2018, na Inglaterra, da revista impressa Grow, com distribuiç­ão gratuita em lounges de aeroportos e terminais ferroviári­os do Reino

Unido. Com periodicid­ade quadrimest­ral, retrata e visa a

“líderes de negócios”, descreve-se como uma revista de marketing, com reportagen­s sobre liderança e tecnologia para executivos de empresas que são clientes da rede social, e é gratuita. Exemplo de revista impressa pertencent­e a um dos maiores nomes, senão a maior rede social.

Pesquisas recentes mostram que a mídia tradiciona­l pode ser mais engajadora e que leitores tendem a registrar melhor a informação veiculada em revistas e jornais impressos do que a partir de conteúdo on-line e móvel. Essa declaração é de Martin Sorrell e está sendo vista como uma guinada nos atuais rumos do mercado de mídia em todo o mundo, num momento em que a plataforma digital foi eleita como aposta para investimen­tos, projetos e publicidad­e.

É muito importante que um dos maiores nomes da propaganda mundial faça esse reconhecim­ento da força da mídia impressa.

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