100Fronteiras

VAMOS FALAR DE DEUS E CARROS

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Adoro carros; na verdade, sou apaixonado por eles, é amor eterno. Motivo? Na infância, assistindo a uma corrida de

Fórmula 1 na TV em preto e branco; a revista que comecei a colecionar com 11 anos; som de um motor v8; no quarto de um amigo, um pôster da

Lotus preta e dourada vestindo Emerson

Fittipaldi; ou nasci simplesmen­te gostando.

Lembro bem quando minha família teve uma loja no Paraguai, a Casa Kennedy, nos anos 70, na qual eram vendidos carrinhos

Eu queria todos pra mim, não deixava que nenhum cliente os comprasse.

Tudo isso certamente contribuiu para o início dessa relação. Procuramos nos cercar de muitas coisas belas, pode ser uma camisa, um anel, uns óculos, alguém, e hoje em dia até um prato de comida bonito e bem montado para postarmos no Instagram.

O comércio e a indústria de diversos segmentos sabem há muito tempo da importânci­a do funcional e estético do seu respectivo produto. As grandes montadoras também.

Algumas marcas conseguira­m aliar a sua identidade ao desenho do seu produto, de uma forma inseparáve­l ou indissociá­vel. Como quando vemos em carros as duas entradas de ar verticais na grade frontal e os quatro faróis redondos, sabemos que é um BMW.

Deus fez o nosso planeta, o Sol, a Lua, o mar e as estrelas... e Ferdinand Porsche, o 911, em 1964.

Será que estou exagerando? Talvez. Mas uma empresa que produz o seu carro há 54 anos com poucas alterações no seu desenho original é porque chegou à perfeição do traço.

As Ferraris são belíssimas, porém atualmente o seu desenho é predominan­temente funcional.

Seus projetista­s pensam assim: vamos fazer um buraco na lateral pra refrigerar o motor.

Na Porsche, nunca. Tudo se adapta ao desenho original de Ferdinand. A prioridade é o não a função.

Vejo o belo em Ferraris e Porsches. Mas há algo a mais em Stuttgart: poesia!

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