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Especial Artes Plásticas

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A matéria do mês aborda as principais obras do pintor Renoir.

El tema del mes aborda las principale­s obras del pintor Renoir.

Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) foi um dos maiores expoentes do

Impression­ismo, o primeiro movimento do que chamamos de Arte Moderna. Ele pintava, assim como a esmagadora maioria dos impression­istas, a Belle Époque (1871-1914): um mundo cheio de luz, cores vibrantes, pessoas alegres, festas... tudo feito com pinceladas rápidas, tal como a vida moderna que se iniciava no século

19; e hoje participam­os ativamente de sua crescente aceleração. Certamente existiram outros autores que pintaram o revés dessa época: as noites tristes, as massas de miseráveis, as desumanas condições de trabalho da Revolução

Industrial, as guerras e outras mazelas que ainda persistem em nosso mundo. Mas elas ficam para outro artigo.

Por que dizemos que o Impression­ismo foi o primeiro movimento artístico da Arte

Moderna? Para entender essa questão, é necessário lembrar que nas artes visuais, especialme­nte na pintura, existia (e ainda existe) um fértil debate entre desenho versus cor. Ou seja, o que é mais representa­tivo do que seja “arte”, o desenho, o fino acabamento da obra, o delineamen­to das figuras, o figurativi­smo preciso, como se fosse a “realidade” expressa na obra; ou a cor, a emoção transmitid­a por elas que deixam impressões em nossas retinas e cérebro?

Esse debate, muito antigo, tem origem na Grécia Clássica em uma outra questão profundame­nte humana, que é o debate entre razão e emoção, o que Nietzsche usava na dicotomia entre o Apolínio e o Dionisíaco.

Por séculos, a arte teve um primado da razão com o figurativi­smo (desenho), com poucos momentos de aflorament­o da emoção nas cores, na composição e no gesto da pintura.

O Impression­ismo é o primeiro movimento artístico que opta radicalmen­te pela cor, pela mudança dela por meio da passagem das horas, pela impressão causada pela cor na retina e no nosso cérebro, nas nossas emoções. A arte impression­ista pinta com as cores e, assim, vai buscar o profundame­nte humano, as emoções.

Ela vai representa­r a condição humana por meio da escolha e forma de representa­ção dos temas, sejam eles da vida festiva, sejam do triste fim de noite e da condição de exploração das massas de trabalhado­res.

E Renoir é um expoente da pintura da felicidade expressada pelas cores, da alegria de viver, da celebração da vida. O que muito bem pode ser observado em uma de suas obras iniciais mais famosas: o “Bal du Moulin de la Galette”, de 1876, com 131 x 175 cm. O quadro é produzido no estúdio, mas com as memórias das tardes de alegria ao ar livre no Moulin La Galette, que ficava muito próximo ao ateliê do pintor.

Nesse quadro, temos uma inundação de luz e cores vibrantes. As figuras estão divididas em dois grupos por uma diagonal que vai da margem inferior esquerda até a superior direita. No grupo da esquerda, as pessoas dançam felizes em uma tarde após o almoço. No da direta, elas estão em pé ou sentadas conversand­o e bebendo. Toda obra é um elogio a esse modo de vida boêmio, cheio de alegria, festivo, que celebra o estar vivo, ser capaz de sorrir livremente, de ter amigos, amores e amantes.

Para falar do que movia a pintura de Renoir, existe uma estória – sem registro histórico – dele e seu mestre (Charles Gleyre) que resume muito bem as intenções do artista, as quais cunharam toda a sua produção. Conta essa estória que, um dia, entre as aulas no ateliê do mestre, este, já bastante desagradad­o pela postura rebelde e vivaz do aluno, vira-se para

Renoir e pergunta: “Você pinta apenas para seu divertimen­to?”. A resposta foi: “Sim, e se não fosse assim, não pintaria”.

Essa frase determina como ele se colocava de forma absolutame­nte hedonista perante a sua profissão. Como um Sísifo feliz, alguém que faria do seu trabalho cotidiano um ato de prazer. E, por meio desse prazer, construir uma arte que levasse deleite e alegria como mensagem a todos os observador­es. A arte com a função de transforma­r o mundo em alegria.

Para a nossa vida cotidiana, Renoir deixa uma lição grandiosa, a da livre construção de sentido.

Se tomarmos a filosofia existencia­lista, nada no universo tem sentido por si só. E as coisas só passam a ter sentido depois de socialment­e atribuídos. Ou seja, é por meio da vida humana que nós, em conjunto, damos sentido a tudo que está no Universo.

Um exemplo disso está na arte. Quando falamos em temperatur­a das cores, falamos em “cores frias” e “cores quentes”. As primeiras estão mais próximas ao azul; as segundas, mais próximas ao vermelho. E a essas temperatur­as das cores também atribuímos sentimento­s. As “frias” são mais

“tristes”, “intimistas”, “contemplat­ivas”. Já as

“quentes” são mais “alegres”, “expansivas”,

“comemorati­vas”. Porém, na física, é o inverso. No espectro luminoso, têm maior frequência as cores próximas ao azul (6,59

– 6,10 x 1014 Hz) e, consequent­emente, maior temperatur­a que as mais próximas do vermelho (4,82 – 3,84 x 1014 Hz).

Ou seja, para nós humanos, fora da tecnicidad­e e da ciência, não importa se a chama azul é mais quente que a vermelha, mas sim a decisão de atribuirmo­s sentidos diferentes, não importando o que a razão, a matemática, a física, ou qualquer outra fonte diga o contrário. E essa nossa capacidade de atribuir múltiplos sentidos a tudo que nos rodeia (coisas, seres e fenômenos) é determinan­te para como vamos nos relacionar com o mundo e com as pessoas que nele vivem, inclusive nós mesmos.

Entre os filósofos existencia­listas, Nietzsche traz algumas lições importante­s que podem ser utilizadas para entender e transforma­r essa atribuição de sentido. Em uma carta de sua juventude (aproximada­mente aos 18 anos), ele diz que o que exige coragem é seguir o seu próprio caminho. Isto é, superar a sua origem e a sua condição atual, em uma direção desenhada pelo próprio caminhante

– cada um de nós. E essa superação, para o existencia­lismo, estará na atribuição de sentido aos atos da vida cotidiana. Da mesma forma, outro filósofo existencia­lista,

Albert Camus, em seu livro “O mito de Sísifo”, convida o leitor a imaginar o herói alegre, forte e independen­te, mesmo em face de sua punição absurda. E, dessa forma, transforma­r a nossa própria existência em um brinde e uma celebração da vida.

A pintura de Renoir é profundame­nte hedonista, como um convite e brinde à alegria de viver, a atribuir um sentido festivo ao cotidiano, por mais comezinho que esse seja. Mas também um desafio a saborear a vida, a transforma­r esta, que, por ela mesma, é completame­nte desprovida de sentido, em uma jornada cheia de cores, beleza e felicidade no próprio cotidiano e na passagem das horas. Ele nos convida – e desafia – a criarmos sentidos belos e alegres para a nossa vida, não nos deixando abater pelas dificuldad­es que fazem parte de toda a jornada que vai do nascimento até a morte.

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Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) fue uno de los más grandes exponentes del Impresioni­smo, el primer movimiento de lo que conocemos como Arte
Moderno. Él pintaba, tal como la gran mayoría de los impresioni­stas, la Belle Époque (1871-1914): un mundo lleno de luz, colores vibrantes, personas alegres, fiestas… todo con pinceladas rápidas, tal como la vida moderna que se iniciaba en el siglo XIX; y en cuya creciente aceleració­n hoy participam­os activament­e. A decir verdad, existieron otros artistas que pintaron lo contrario a esa época: las noches tristes, las masas miserables, las inhumanas condicione­s de trabajo de la Revolución
Industrial, las guerras y otras pestes que aún persisten en nuestro día. Pero hablaremos de eso en otro artículo.
Danse à Bougival.
Renoir: pintar la alegría de vivir Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) fue uno de los más grandes exponentes del Impresioni­smo, el primer movimiento de lo que conocemos como Arte Moderno. Él pintaba, tal como la gran mayoría de los impresioni­stas, la Belle Époque (1871-1914): un mundo lleno de luz, colores vibrantes, personas alegres, fiestas… todo con pinceladas rápidas, tal como la vida moderna que se iniciaba en el siglo XIX; y en cuya creciente aceleració­n hoy participam­os activament­e. A decir verdad, existieron otros artistas que pintaron lo contrario a esa época: las noches tristes, las masas miserables, las inhumanas condicione­s de trabajo de la Revolución Industrial, las guerras y otras pestes que aún persisten en nuestro día. Pero hablaremos de eso en otro artículo. Danse à Bougival.
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Les Grandes Baigneuses.
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Impresioni­smo fue el primer movimiento artístico del Arte
Moderno? Para comprender esta cuestión, debemos recordar que, en las artes visuales, especialme­nte en la pintura, existía (y aún existe) un fértil debate entre diseño versus color. O sea, ¿qué es lo más representa­tivo del “arte”? ¿el dibujo, la fina terminació­n de la obra, la delineació­n de las figuras, el figurativi­smo preciso, como si fuese la “realidad” expresada en la obra?; o ¿el color y la emoción transmitid­a por ellos lo que deja impresione­s en nuestras retinas y cerebro? Este debate, muy antiguo, tuvo su origen en la
Grecia Clásica en otro tema profundame­nte humano, el debate entre la razón y la emoción, lo que Nietzsche usaba en la dicotomía entre
Apolíneo y Dionisíaco.
Por siglos, el arte tuvo un primado de la razón con el figurativi­smo (dibujo), con pocos momentos de afloramien­to de la emoción en los colores, en la composició­n y en el gesto de la pintura.
El Impresioni­smo fue el primer movimiento artístico que opta radicalmen­te por el color, por el cambio de estos a través del paso de las horas, por la impresión causada por el color en la retina y en nuestro cerebro, en nuestras emociones.
El arte impresioni­sta pinta con colores y, así, busca lo profundame­nte humano, las emociones. Representa la condición humana a través de la elección y la manera de representa­r los temas, sean de la vida festiva, o del triste fin de la noche y de la explotació­n de las masas de trabajador­es.
Y Renoir es un exponente de la pintura de la felicidad expresada por los colores, de la alegría de vivir, de la celebració­n de la vida.
Lo que muy bien puede observarse en una de sus obras tempranas más famosas: el “Bal du Moulin de la Galette”, de 1876, con 131 x 175 cms. El cuadro fue producido en estudio, pero con las memorias de las tardes de alegría al aire libre en el Moulin La Galette, que quedaba muy cerca del atelier del pintor.
Le Déjeuner Des Canotiers.
En este cuadro, tenemos una inundación de luz y colores vibrantes. Las figuras están divididas en dos grupos por un diagonal que va desde el margen inferior izquierdo hasta la parte superior derecha. En el grupo de la izquierda, las personas bailan felices en una tarde después de almuerzo. En el de la derecha, están de pie o sentadas conversand­o y bebiendo. Toda la obra es un elogio al estilo de vida bohemio, lleno de alegría, festivo, que celebra estar vivo, ser capaz de sonreír libremente, tener amigos, amores y amantes.
¿Por qué decimos que el Impresioni­smo fue el primer movimiento artístico del Arte Moderno? Para comprender esta cuestión, debemos recordar que, en las artes visuales, especialme­nte en la pintura, existía (y aún existe) un fértil debate entre diseño versus color. O sea, ¿qué es lo más representa­tivo del “arte”? ¿el dibujo, la fina terminació­n de la obra, la delineació­n de las figuras, el figurativi­smo preciso, como si fuese la “realidad” expresada en la obra?; o ¿el color y la emoción transmitid­a por ellos lo que deja impresione­s en nuestras retinas y cerebro? Este debate, muy antiguo, tuvo su origen en la Grecia Clásica en otro tema profundame­nte humano, el debate entre la razón y la emoción, lo que Nietzsche usaba en la dicotomía entre Apolíneo y Dionisíaco. Por siglos, el arte tuvo un primado de la razón con el figurativi­smo (dibujo), con pocos momentos de afloramien­to de la emoción en los colores, en la composició­n y en el gesto de la pintura. El Impresioni­smo fue el primer movimiento artístico que opta radicalmen­te por el color, por el cambio de estos a través del paso de las horas, por la impresión causada por el color en la retina y en nuestro cerebro, en nuestras emociones. El arte impresioni­sta pinta con colores y, así, busca lo profundame­nte humano, las emociones. Representa la condición humana a través de la elección y la manera de representa­r los temas, sean de la vida festiva, o del triste fin de la noche y de la explotació­n de las masas de trabajador­es. Y Renoir es un exponente de la pintura de la felicidad expresada por los colores, de la alegría de vivir, de la celebració­n de la vida. Lo que muy bien puede observarse en una de sus obras tempranas más famosas: el “Bal du Moulin de la Galette”, de 1876, con 131 x 175 cms. El cuadro fue producido en estudio, pero con las memorias de las tardes de alegría al aire libre en el Moulin La Galette, que quedaba muy cerca del atelier del pintor. Le Déjeuner Des Canotiers. En este cuadro, tenemos una inundación de luz y colores vibrantes. Las figuras están divididas en dos grupos por un diagonal que va desde el margen inferior izquierdo hasta la parte superior derecha. En el grupo de la izquierda, las personas bailan felices en una tarde después de almuerzo. En el de la derecha, están de pie o sentadas conversand­o y bebiendo. Toda la obra es un elogio al estilo de vida bohemio, lleno de alegría, festivo, que celebra estar vivo, ser capaz de sonreír libremente, tener amigos, amores y amantes.
 ??  ?? Alice et Élisabeth Cahen d'Anvers.
Alice et Élisabeth Cahen d'Anvers.
 ??  ?? La Balançoire.
Para hablar de lo que movía la pintura de Renoir, existe una historia – sin registro histórico – de él y su maestro (Charles Gleyre) que resume muy bien las intencione­s del artista, que acuñaron toda su obra. Cuenta la historia que, un día, entre las clases en el atelier del maestro, este, ya bastante molesto por la postura rebelde y vivaz del alumno, mira a Renoir y le pregunta: “¿Pintas solo para divertirte?”. La respuesta fue: “Sí, y si no fuera así, no pintaría”.
Esta frase determina como se colocaba de manera absolutame­nte hedonista de cara a su profesión. Como un
Sísifo feliz, alguien que haría de su trabajo cotidiano un acto de placer. Y, a través de ese placer, construyó un arte que llevaría el deleite y alegría como mensaje a todos sus observador­es. El arte con la función de transforma­r el mundo en alegría.
La Balançoire. Para hablar de lo que movía la pintura de Renoir, existe una historia – sin registro histórico – de él y su maestro (Charles Gleyre) que resume muy bien las intencione­s del artista, que acuñaron toda su obra. Cuenta la historia que, un día, entre las clases en el atelier del maestro, este, ya bastante molesto por la postura rebelde y vivaz del alumno, mira a Renoir y le pregunta: “¿Pintas solo para divertirte?”. La respuesta fue: “Sí, y si no fuera así, no pintaría”. Esta frase determina como se colocaba de manera absolutame­nte hedonista de cara a su profesión. Como un Sísifo feliz, alguien que haría de su trabajo cotidiano un acto de placer. Y, a través de ese placer, construyó un arte que llevaría el deleite y alegría como mensaje a todos sus observador­es. El arte con la función de transforma­r el mundo en alegría.
 ??  ?? Para nuestra vida cotidiana,
Renoir deja una grandiosa lección, la de la libre construcci­ón el sentido.
Si tomamos la filosofía existencia­lista, nada en el universo tiene sentido por si mismo. Y las cosas solo tienen sentido después de que se le atribuyen socialment­e. O sea, es a través de la vida humana que nosotros, en conjunto, damos sentido a todo lo que está en el Universo.
Le Déjeuner Au Bord de la Rivière.
Para nuestra vida cotidiana, Renoir deja una grandiosa lección, la de la libre construcci­ón el sentido. Si tomamos la filosofía existencia­lista, nada en el universo tiene sentido por si mismo. Y las cosas solo tienen sentido después de que se le atribuyen socialment­e. O sea, es a través de la vida humana que nosotros, en conjunto, damos sentido a todo lo que está en el Universo. Le Déjeuner Au Bord de la Rivière.
 ??  ?? Un ejemplo de eso está en el arte. Cuando hablamos de la temperatur­a en los colores, hablamos de
“colores fríos” y “colores cálidos”. Los primeros están más cercanos al azul; los segundos, más cercanos al rojo. Y a estas temperatur­as en los colores, también se le atribuyen sentimient­os.
Los “fríos” son más
“tristes”, “intimistas”,
“contemplat­ivos”. Mientras que los “cálidos” son más
“alegres”, “expansivos”,
“festivos”. Sin embargo, en la física, es al revés.
En el espectro luminoso, los colores más cercanos al azul tienen una mayor frecuencia (6,59 – 6,10 x 1014 Hz) y, en consecuenc­ia, mayor temperatur­a que los más cercanos al rojo (4,82 – 3,84 x 1014 Hz).
La Loge.
Un ejemplo de eso está en el arte. Cuando hablamos de la temperatur­a en los colores, hablamos de “colores fríos” y “colores cálidos”. Los primeros están más cercanos al azul; los segundos, más cercanos al rojo. Y a estas temperatur­as en los colores, también se le atribuyen sentimient­os. Los “fríos” son más “tristes”, “intimistas”, “contemplat­ivos”. Mientras que los “cálidos” son más “alegres”, “expansivos”, “festivos”. Sin embargo, en la física, es al revés. En el espectro luminoso, los colores más cercanos al azul tienen una mayor frecuencia (6,59 – 6,10 x 1014 Hz) y, en consecuenc­ia, mayor temperatur­a que los más cercanos al rojo (4,82 – 3,84 x 1014 Hz). La Loge.
 ??  ?? Autoportra­it Au Chapeau Blanc .
Autoportra­it Au Chapeau Blanc .
 ??  ?? Es decir, para nosotros los humanos, fuera del tecnicismo de la ciencia, no importa si la llama azul es más caliente que la roja, sino la decisión de atribuirle­s sentidos diferentes, sin importar que la razón, la matemática, la física, o cualquier otra fuente diga lo contrario. Y esa capacidad de atribuir múltiples sentidos a todo lo que nos rodea (cosas, seres y fenómenos) es determinan­te en cómo nos relacionam­os con el mundo y con las personas que viven en él, incluso nosotros mismos.
Entre los filósofos existencia­listas, Nietzsche trajo algunas lecciones importante­s que pueden utilizarse para entender y transforma­r esa atribución de sentido. En una carta de su juventud (aproximada­mente a los 18 años), dice que lo que exige coraje es seguir un camino propio. Esto es, superar su origen y su condición actual, en una dirección diseñada por el mismo caminante
– cada uno de nosotros.
Y esa superación, para el existencia­lismo, está en la atribución de sentido a los actos de la vida cotidiana. De la misma forma, otro filósofo existencia­lista, Albert Camus, en su libro “El mito de Sísifo”, invita al lector a imaginar al héroe alegre, fuerte e independie­nte, incluso frente a su absurdo castigo. Y, de esa forma, transforma­r nuestra propia existencia en un regalo y una celebració­n de la vida.
La pintura de Renoir es profundame­nte hedonista, como una invitación y regalo a la alegría de vivir, de atribuir un sentido a lo cotidiano, por más trivial que sea. Pero también, un desafío a saborear la vida, a transforma­rla, que, por sí misma, está completame­nte desprovist­a de sentido, en una jornada llena de colores, belleza y felicidad en lo cotidiano en sí y en el pasar de las horas. Nos invita – y desafía
– a crear sentidos bellos y alegres para nuestra vida, sin dejarnos abatir por las dificultad­es que forman parte del recorrido que va desde el nacimiento hasta la muerte.
Bal Du Moulin de la Galette.
Es decir, para nosotros los humanos, fuera del tecnicismo de la ciencia, no importa si la llama azul es más caliente que la roja, sino la decisión de atribuirle­s sentidos diferentes, sin importar que la razón, la matemática, la física, o cualquier otra fuente diga lo contrario. Y esa capacidad de atribuir múltiples sentidos a todo lo que nos rodea (cosas, seres y fenómenos) es determinan­te en cómo nos relacionam­os con el mundo y con las personas que viven en él, incluso nosotros mismos. Entre los filósofos existencia­listas, Nietzsche trajo algunas lecciones importante­s que pueden utilizarse para entender y transforma­r esa atribución de sentido. En una carta de su juventud (aproximada­mente a los 18 años), dice que lo que exige coraje es seguir un camino propio. Esto es, superar su origen y su condición actual, en una dirección diseñada por el mismo caminante – cada uno de nosotros. Y esa superación, para el existencia­lismo, está en la atribución de sentido a los actos de la vida cotidiana. De la misma forma, otro filósofo existencia­lista, Albert Camus, en su libro “El mito de Sísifo”, invita al lector a imaginar al héroe alegre, fuerte e independie­nte, incluso frente a su absurdo castigo. Y, de esa forma, transforma­r nuestra propia existencia en un regalo y una celebració­n de la vida. La pintura de Renoir es profundame­nte hedonista, como una invitación y regalo a la alegría de vivir, de atribuir un sentido a lo cotidiano, por más trivial que sea. Pero también, un desafío a saborear la vida, a transforma­rla, que, por sí misma, está completame­nte desprovist­a de sentido, en una jornada llena de colores, belleza y felicidad en lo cotidiano en sí y en el pasar de las horas. Nos invita – y desafía – a crear sentidos bellos y alegres para nuestra vida, sin dejarnos abatir por las dificultad­es que forman parte del recorrido que va desde el nacimiento hasta la muerte. Bal Du Moulin de la Galette.
 ??  ?? Danse à la Campagne - 1883.
Danse à la Campagne - 1883.

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