Doutor Paulo Henrique da Silva
Abandonar um cão ou gato em via pública e deixá-lo à própria sorte é um ato cruel. É por isso que a maioria das pessoas quando se depara com um cão ou gato errante, abandonado e sem destino, sente-se desconfortável e triste.
Na escala da evolução, esses animais nunca estiveram tão próximos ao ser humano como nos dias de hoje. De alguma forma, cães e gatos abandonados representam a própria sociedade quanto ao seu grau de desenvolvimento. Felizmente há bons exemplos de países que souberam lidar com esse problema.
A Holanda, sem utilizar qualquer política de sacrifício de animais, usando campanhas de conscientização e a legislação para punir severamente com multas e prisão o abandono, além de altos investimentos em campanhas de castração, tornou-se o primeiro país do mundo sem cães abandonados.
Pode parecer muito distante da nossa realidade, no entanto nossa sociedade tem se tornado mais consciente do poder que tem sobre seus governantes. Políticas públicas visando ao bem-estar animal devem ser incluídas
no rol das prioridades das ações de governança dos municípios.
No Brasil, muitas cidades já promovem ações que objetivam o controle populacional para evitar o abandono de animais em vias públicas. Recentemente Foz do Iguaçu passou a contar com o Conselho de Defesa e Proteção
Animal, cuja função, entre outras, é propor e fiscalizar ações dos órgãos públicos relativos à causa animal.
Cabe lembrar que ações do poder público foram realizadas recentemente, como a campanha em que cerca de 1.600 cadelas e gatas foram esterilizadas gratuitamente. Também houve ações do Centro de Controle de Zoonoses objetivando a conscientização das pessoas sobre a posse responsável e a coleta de dados para a tomada de decisões administrativas.
Há muito a ser feito, basta ver a enorme quantidade de animais que estão vivendo abandonados à própria sorte em nossa cidade. Investir na saúde e no bem-estar dos animais é consequência do amadurecimento de uma sociedade e do reconhecimento de que cães e gatos cumprem um papel vital para a vida das pessoas.
“Políticas públicas visando
ao bem-estar animal devem ser incluídas no rol das prioridades das ações de governança ”