Doutor Eduardo Martins
Oestágio final das doenças do coração é a insuficiência cardíaca. Normalmente, quando o paciente chega a esse ponto, a família e a equipe médica iniciam um esforço contínuo para tentar prolongar ao máximo a vida dele. Começam a surgir inúmeras internações, infecções, e o psicológico do paciente se abala, facilmente evoluindo para depressão e alterações do humor.
Mas o estágio final da doença cardíaca também pode ser a porta de entrada num novo momento do paciente, que não raro pode dar certo ao ponto de a vida ressurgir com maior força e, em muitos casos, beirando a normalidade.
Ao chegar à doença avançada, a cardiologia hoje oferece recursos como o marca-passo, o cardiodesfibrilador e a ressincronização cardíaca. Todos esses aparelhos são oferecidos pelo SUS. Eles não só ajudam a mecânica cardíaca como podem trazer a sensação de vida normal para o paciente, que se sente mais seguro.
Ainda assim, a doença pode continuar a progredir, até o ponto de se avaliar a indicação do transplante cardíaco. No Brasil, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes, durante o ano de 2018, foram realizados 353 transplantes de coração, mobilizando 34 equipes em todo o país.
Os estados que mais transplantaram nesse período foram: São Paulo (110),
Minas Gerais (50) e Pernambuco (42), bem como o Distrito
Federal (34).
O transplante cardíaco tornou-se uma opção mais plausível e racional para o paciente em condições terminais. Cada vez mais os grandes centros têm se especializado no pós-transplante, com as terapias imunossupressoras, como é o caso do Hospital Albert Einstein, em
São Paulo, e da Santa Casa de Curitiba.
Se você tem insuficiência cardíaca, ou conhece alguém que tenha, lembre-se de fazer ou recomendar o acompanhamento regular com um cardiologista. No campo da saúde, quando fazemos tudo certo, a vida costuma brindar-nos com surpresas agradáveis muito além das explicações médicas.
“O transplante cardíaco tornou-se
uma opção mais plausível e racional para o paciente em condições
terminais”