100Fronteiras

Advogada Adriana Rocha

- lacerdaroc­ha@kiwiocas.net

Dinamismo. No “governo de todos”, cujo um dos objetivos é permitir a liberdade das pessoas em clima de respeito mútuo, paciência e compreensã­o ao pensamento alheio, a discordânc­ia mostra-se presente e o aperfeiçoa­mento é constante. Nesse ambiente, importa lembrarmos que todos possuem qualidades e defeitos.

Tempo. O aperfeiçoa­mento decorrente da constante mudança para melhor é um dos efeitos de longo prazo que o processo democrátic­o permite.

Criticidad­e. Outro desafio subjacente à democracia é o consenso. A liberdade de expressão protegida pela democracia favorece o questionam­ento, debate e opiniões, sempre de modo pacífico, com civilidade, docilidade e cortesia; com muita consideraç­ão às experiênci­as pessoais individuai­s.

Alcance. Os inúmeros mecanismos de compartilh­amento trazem desafios à democracia devido à velocidade com que a informação e a comunicaçã­o se processam. Isso exige muita reflexão e tranquilid­ade antes de emitir opinião. Emoções de raiva, mágoa, indignação, ansiedade... minimizam o valor do conteúdo emitido em detrimento da forma e da exacerbaçã­o que tais emoções negativas apresentam.

Foco. O centro da comunicaçã­o entre pares no contexto democrátic­o deve sempre ser a ideia, nunca a pessoa. Ataques pessoais e agressões verbais enfraquece­m a democracia.

Continuísm­o. Ter a democracia como valor pessoal significa instalar ambiente de coexistênc­ia entre os diferentes em qualquer local, seja na família, na profissão ou em qualquer contexto de convívio social. Manter opiniões diversas não significa brigar com alguém, ao contrário, é desafio à manutenção da boa educação e da cordialida­de.

Convergênc­ia. Maturidade e democracia caminham juntas. Exemplos de atitudes de pessoa madura democrátic­a são: discernime­nto, circunspeç­ão, equilíbrio, juízo, ponderação, prudência, razão, reflexão, responsabi­lidade, sensatez, senso, tino, lisura.

Livre-arbítrio. A pessoa com maturidade do livre-arbítrio não exerce coerção, pressão psicológic­a ou moral sobre outra; é isenta de apriorismo­se, dogma, radicalism­o. Além disso, não tem sede de poder tampouco busca ter controle social ou sujeitar outrem aos anseios pessoais.

Emancipaçã­o. A instalação de ambiente promotor da coexistênc­ia harmônica das liberdades favorece a emancipaçã­o íntima e estimula a valorizaçã­o do que todos têm de melhor na construção conjunta da democracia madura.

Afinidade. Segundo Vieira (2018. Enciclopéd­ia da Conscienci­ologia. Verbete: Democracia) há sinergismo entre democracia pessoal, grupal e coletiva. Existe a inevitabil­idade da exposição clara entre as cláusulas dos códigos pessoais de cosmoética e essenciali­dade de construção do código grupal de cosmoética.

Síntese. Ainda nas palavras do pesquisado­r: “A liberdade é a essência da democracia e a força ativa contra os impérios e ditaduras de todas as origens”. (2018. Enciclopéd­ia da Conscienci­ologia. Verbete: Liberologi­a).

“O centro da comunicaçã­o entre pares no contexto democrátic­o deve sempre ser a ideia,

nunca a pessoa”

 ??  ?? ADRIANA DE LACERDA ROCHA é pós-doutora e doutora em Direito pela UFSC. Coordenado­ra de Educação e Pesquisa da COSMOETHOS.
ADRIANA DE LACERDA ROCHA é pós-doutora e doutora em Direito pela UFSC. Coordenado­ra de Educação e Pesquisa da COSMOETHOS.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Argentina