Doutor Antoninho Sabbi
Já é consenso mundial que o fumo causa doenças, sofrimento e morte prematura. Mais de 180 países assinaram a Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde para o controle do tabagismo. Mas o Brasil e a Turquia são os dois únicos países que aderiram às medidas globais de implementação de ações governamentais para a redução do consumo de tabaco.
Em relação aos progressos feitos pelos países para ajudar as pessoas a deixar de fumar, o Brasil ficou na segunda posição, tornando-se exemplo para o mundo no combate ao fumo. É intenção do Ministério da Saúde tornar o Brasil o primeiro país livre do tabaco.
O Brasil já tem medidas governamentais para reverter a epidemia do tabagismo: monitora o uso do tabaco e as políticas de prevenção; protege as pessoas contra o tabagismo; oferece ajuda para parar de fumar; avisa sobre os perigos do tabaco; aplica proibições à publicidade, promoção e patrocínio do tabaco; e aumentou os impostos sobre o cigarro.
Em 2006, 15,7% dos brasileiros eram fumantes. Já em 2018, o índice caiu para 9,3%. É notória a tendência de uma redução progressiva do tabagismo. Nos últimos 13 anos, o consumo do tabaco no país
caiu 40% entre os homens e 44% entre as mulheres.
Desde 1990, o SUS oferece tratamentos gratuitos para quem pretende parar de fumar e disponibiliza o medicamento, Bupropiona, adesivos e gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina).
Só em 2018, foram tratadas mais de 134 mil pessoas. Cerca de 1,6 milhão de brasileiros fizeram o tratamento entre os anos de 2005 e 2016. Existe até um serviço telefônico (136) gratuito e nacional para orientar sobre o tema.
Os impostos dos produtos de tabaco chegaram a 83% em 2018, contra 57% em 2008. Já é proibido fumar em locais fechados, públicos e privados (Lei 12.546/2011). A publicidade do tabaco foi proibida nos meios de comunicação, e o patrocínio de marcas de cigarro foi vetado em eventos culturais e esportivos. Mensagens impactantes estão presentes nas embalagens do cigarro.
No Brasil, em 2017, o fumo causou 27.833 mortes por câncer, 34.999 óbitos por doenças cardíacas, 31.120 falecimentos por DPOC, 17.972 por tabagismo passivo, 10.900 por pneumonia, 10.810 por acidente vascular cerebral.
Os custos diretos associados ao tabagismo somaram R$ 39,4 bilhões ao ano. Os custos indiretos devido a mortes prematuras e incapacidades atingiram R$ 17,5 bilhões.
Indubitavelmente, o consumo do tabaco – em qualquer uma de suas modalidades – não compensa ao fumante, nem aos seus pares, nem ao país.
“É intenção do Ministério da Saúde tornar o Brasil o primeiro país livre do tabaco”