100Fronteiras

Doutor Antoninho Sabbi

- Rua Rui Barbosa, 820 - Centro - Foz do Iguaçu +55 (45) 3572-0066

Já é consenso mundial que o fumo causa doenças, sofrimento e morte prematura. Mais de 180 países assinaram a Convenção-Quadro da Organizaçã­o Mundial da Saúde para o controle do tabagismo. Mas o Brasil e a Turquia são os dois únicos países que aderiram às medidas globais de implementa­ção de ações governamen­tais para a redução do consumo de tabaco.

Em relação aos progressos feitos pelos países para ajudar as pessoas a deixar de fumar, o Brasil ficou na segunda posição, tornando-se exemplo para o mundo no combate ao fumo. É intenção do Ministério da Saúde tornar o Brasil o primeiro país livre do tabaco.

O Brasil já tem medidas governamen­tais para reverter a epidemia do tabagismo: monitora o uso do tabaco e as políticas de prevenção; protege as pessoas contra o tabagismo; oferece ajuda para parar de fumar; avisa sobre os perigos do tabaco; aplica proibições à publicidad­e, promoção e patrocínio do tabaco; e aumentou os impostos sobre o cigarro.

Em 2006, 15,7% dos brasileiro­s eram fumantes. Já em 2018, o índice caiu para 9,3%. É notória a tendência de uma redução progressiv­a do tabagismo. Nos últimos 13 anos, o consumo do tabaco no país

caiu 40% entre os homens e 44% entre as mulheres.

Desde 1990, o SUS oferece tratamento­s gratuitos para quem pretende parar de fumar e disponibil­iza o medicament­o, Bupropiona, adesivos e gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina).

Só em 2018, foram tratadas mais de 134 mil pessoas. Cerca de 1,6 milhão de brasileiro­s fizeram o tratamento entre os anos de 2005 e 2016. Existe até um serviço telefônico (136) gratuito e nacional para orientar sobre o tema.

Os impostos dos produtos de tabaco chegaram a 83% em 2018, contra 57% em 2008. Já é proibido fumar em locais fechados, públicos e privados (Lei 12.546/2011). A publicidad­e do tabaco foi proibida nos meios de comunicaçã­o, e o patrocínio de marcas de cigarro foi vetado em eventos culturais e esportivos. Mensagens impactante­s estão presentes nas embalagens do cigarro.

No Brasil, em 2017, o fumo causou 27.833 mortes por câncer, 34.999 óbitos por doenças cardíacas, 31.120 faleciment­os por DPOC, 17.972 por tabagismo passivo, 10.900 por pneumonia, 10.810 por acidente vascular cerebral.

Os custos diretos associados ao tabagismo somaram R$ 39,4 bilhões ao ano. Os custos indiretos devido a mortes prematuras e incapacida­des atingiram R$ 17,5 bilhões.

Indubitave­lmente, o consumo do tabaco – em qualquer uma de suas modalidade­s – não compensa ao fumante, nem aos seus pares, nem ao país.

“É intenção do Ministério da Saúde tornar o Brasil o primeiro país livre do tabaco”

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DOUTOR ANTONINHO RICARDO SABBI é membro emérito da Sociedade Brasileira de Cancerolog­ia e Mastologia. CRMPR7093

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