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AConstitui­ção Federal de 1988, no artigo 144, cunhou ser a segurança pública um dever do Estado, direito e responsabi­lidade de todos. A palavra “todos” significa o somatório das forças da sociedade, da comunidade local, da sociedade civil organizada e dos órgãos públicos. Não se pode buscar que apenas as polícias se ocupem de dar segurança. Precisamos envolver toda a população neste esforço.

Por exemplo, investimen­tos em educação em período integral e creches, para evitar que crianças e adolescent­es fiquem sob influência nefasta da ociosidade nas ruas, têm o condão de diminuir a violência juvenil em médio e longo prazos. Melhoras na iluminação pública e investimen­tos em lazer, com criação de praças e espaços públicos de qualidade, igualmente são importante­s insumos para melhorar índices de segurança pública.

A regulament­ação do artigo 144 da Constituiç­ão tardou 30 anos para ser aprovada pelo Congresso Nacional. A Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018, ou “lei

do SUSP”, disciplino­u a organizaçã­o e o funcioname­nto dos órgãos responsáve­is pela segurança pública, nos termos do § 7º do art. 144 da Constituiç­ão Federal. Criou a denominada Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS) e instituiu o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).

Ou seja, nos últimos seis meses do ano de 2018, depois de três décadas da promulgaçã­o da Constituiç­ão Federal, foi editada uma política para fazer frente à calamidade de segurança pública hoje no Brasil, com índices de 30,3 homicídios por 100.000 habitantes e 62.517 homicídios em 2016 . Mesmo com quedas recentes, em percentuai­s de aproximada­mente 22% em 2019, ainda há muito a se fazer. O desafio é gerar sinergias entre os diversos atores da segurança pública capazes de diminuir ainda mais a violência em todo o território nacional.

Precisamos superar o isolacioni­smo e a disciplina­rização da segurança pública que consistem basicament­e em atuações isoladas entre atores importante­s. É necessária a reunião de forças para que possamos vencer e melhorar os tristes índices da nossa segurança.

Garantir a almejada segurança de todos é trabalho que se faz junto, com união de esforços da sociedade civil organizada, das polícias e de todo o sistema de justiça criminal. Juntos seguimos mais longe certos de que o Brasil merece sempre o nosso melhor.

 ??  ?? Fabiano Bordignon Graduado em Direito pela PUC/ PR, com pós-graduações em Criminolog­ia, Direito Penal e Planejamen­to Estratégic­o. Mestre em Fronteiras pela Unioeste-Foz. É Delegado de Polícia Federal desde 2002 e Diretor-Geral do Departamen­to Penitenciá­rio Nacional desde janeiro de 2019.
Fabiano Bordignon Graduado em Direito pela PUC/ PR, com pós-graduações em Criminolog­ia, Direito Penal e Planejamen­to Estratégic­o. Mestre em Fronteiras pela Unioeste-Foz. É Delegado de Polícia Federal desde 2002 e Diretor-Geral do Departamen­to Penitenciá­rio Nacional desde janeiro de 2019.

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