Giro Regional
Atecnologia aproximou continentes, países, cidades e pessoas. Hoje, a conexão imediata permite a qualquer um de nós registrar, compartilhar e comentar os fatos. Entretanto, o relato confiável do que ocorre resulta somente da aplicação de um conjunto de técnicas e de compromissos éticos próprios do jornalismo. O mesmo acontece, por exemplo, com o direito, a engenharia e a medicina, que exigem de seus profissionais conhecimentos específicos e complexos. Essa capacitação é determinante para a qualidade dos serviços prestados nessas áreas essenciais para todos nós.
Informar os fatos de forma independente e responsável jamais foi tão importante. Fazer isso com a devida relevância, próximo à sua comunidade e, ao mesmo tempo, sem fronteiras – ou seja, em constante relação com o restante do mundo –, é exatamente o caminho trilhado pelas organizações de notícias mais bem-sucedidas diante da disrupção digital que afeta todos os mercados.
O título da revista 100fronteiras, portanto, sintetiza de forma perfeita o significado dessa publicação para as cidades nas quais circula, assim como para os países onde estão esses municípios: Brasil, Argentina e Paraguai.
Mas este artigo não tem apenas o objetivo de reconhecer a qualidade do trabalho de um dos associados à ANER (Associação Nacional de Editores de Revistas). É urgente destacar o peso da contribuição do jornalismo local qualificado e da vocação editorial (na prática, um raro ofício) no processo de desenvolvimento de qualquer região.
Mudanças, inovações e produção de riquezas acontecem nos locais onde vivemos. Tais acontecimentos são fundamentais para que as pessoas possam viver mais e melhor.
Por isso, é preciso enfatizar e multiplicar a importância do jornalismo profissional, em particular a atividade jornalística local, segmentada e sem fronteiras, como a praticada pela 100fronteiras. E é por isso que, em parceria com essa nossa associada, pretendemos realizar, ainda neste ano, um encontro sobre a atividade jornalística e seus impactos nas comunidades.
Esse tipo de jornalismo mantém e promove o conhecimento de cada região, fortalecendo identidades; relata as histórias das pessoas como nenhuma outra mídia pode fazer; incentiva as necessárias participações das comunidades nos grandes debates sobre os rumos de cada localidade; contribui na construção de setores públicos e privados comprometidos com os interesses dos cidadãos; estabelece uma agenda construtiva para o diálogo entre as pessoas.
As redes sociais são hoje importantes praças públicas desse debate, mas nenhuma plataforma de mídia interativa oferecerá toda a relevância, a credibilidade e a pluralidade do jornalismo que, na verdade, estimula o que muitos prometem, porém somente as organizações de mídia conseguem entregar: coesão social a partir do relato plural da verdade.