Doutor Paulo Henrique da Silva
O“luto não reconhecido” é o luto que não é abertamente reconhecido, socialmente aceito e sentido publicamente. O luto pelos animais de companhia é assim visto pois não é considerado ainda uma perda reconhecida pela sociedade mesmo de diante de inúmeras comprovações da importância da relação dos animais de companhia na vida das pessoas, ao estabelecerem fortes vínculos emocionais e recíprocos com os seres humanos. Essa convivência vai além do lazer e da companhia.
Diversos trabalhos científicos demonstram que a interação do ser humano com o animal de estimação promove mudanças positivas no comportamento das pessoas, estimula o desenvolvimento de habilidades e o exercício da responsabilidade em diferentes culturas e contextos. Consequentemente, tende a melhorar a saúde física, psicológica e emocional das pessoas. Dessa forma é perfeitamente justificável que muitas pessoas que têm apego e afetuosidade com seus pets sofram com a perda desses animais.
Existem fundamentos científicos e religiosos que explicam o luto e, independentemente de qualquer crença, o luto pela perda de um animal deveria ser respeitado e compreendido. Na minha rotina é clara a preocupação que as pessoas têm diante da sobrevida curta dos pets quando comparada à dos humanos, deixando-as muito angustiadas pois a morte ainda é um tabu para muitas delas. Entre as recomendações que sugiro quando se reconhece que um animal é essencial para determinada pessoa, e esse animal está em sua fase senil, é que os familiares do entorno daquela pessoa tomem a iniciativa de introduzir um filhote, de forma a criar um novo vínculo com esse novo animal e tornar o processo de luto menos traumático.
Pessoas afirmando que não vão querer ter outros pets depois da morte dos seus animais amados são uma rotina. Mas essa não é uma afirmação confiável. Pessoas que gostam de animais passam pelo luto, como todos nós, e quando menos esperam estão com um lindo filhotinho novamente para a sorte e o bem... delas mesmas.
“A interação do ser humano com o animal de estimação promove mudanças positivas no comportamento
das pessoas”
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