Já pode ver em casa a lotação da biblioteca
Câmara de Matosinhos investe em soluções tecnológicas que facilitam a utilização autónoma do leitor. Livros também passam por quarentena
Já é possível estar comodamente em casa e ver em tempo real a taxa de ocupação da biblioteca municipal Florbela Espanca, em Matosinhos, verificar horários, aceder a contactos e até ao catálogo on-line. A curto prazo, será possível também proceder à reserva antecipada de lugares de leitura na biblioteca. Isto porque este espaço tornou-se, recentemente, a primeira biblioteca pública portuguesa a estar disponível na aplicação “Affluences”.
Em tempos de pandemia, onde a permanência em espaço públicos deve ser controlada – evitando aglomerados –, a biblioteca tem também à disposição um novo equipamento tecnológico que permite aos utilizadores não só efetuar o empréstimo de livros de forma autónoma, como também fazer a sua devolução.
No fundo, foi juntar o útil ao agradável. De acordo com o vice-presidente da Câmara de Matosinhos, Fernando
Rocha, estas soluções tecnológicas “já estavam a ser pensadas antes da pandemia, como forma de modernizar o sistema de funcionamento da biblioteca”. Todavia, com a covid-19 “passou a ser uma necessidade”, frisou o também vereador com o pelouro da Cultura.
INVESTIDOS 70 MIL EUROS
Para isso, além de a Autarquia ter investido cerca de 70 mil euros, foi preciso um longo trabalho de inventariação e de etiquetagem por rádio frequência (que incorpora um elemento de alta segurança) dos cerca de 125 mil livros disponíveis para empréstimo nas bibliotecas Florbela Espanca, de S. Mamede de Infesta e itinerante.
Daniel Mateus, especialista em informática, abriu num smartphone a aplicação “Affluences” e mostrou que a biblioteca fica lotada “com 26/30 pessoas”.
A aplicação permite saber a afluência de leitores tendo por base os sensores existentes nos pórticos antifurtos localizados na entrada. E até dá uma previsão de como estará o espaço nas próximas horas.
Daniel exemplificou ainda o “método prático e seguro” de requisição de livros para levar para casa. “A grande diferença é que agora não é possível ao leitor ir à prateleira e retirar o livro que quer levar”, assinala Fernando Rocha, referindo que, nessa situação, “terá de pedir a ajuda de um funcionário”. E “quando as obras regressam à biblioteca passam por um período de quarentena, em que ficam expostas ao ar cerca de quatro dias, até voltarem aos locais originais”, explicou Daniel.
ENTREGAR APÓS O FECHO
De acordo com o vice-presidente da Câmara, a grande vantagem desta solução tecnológica “é o leitor, futuramente, poder entregar livros até às 23 horas, numa altura em que o espaço já está fechado”. Ao pousá-los nas prateleiras, imediatamente o computador marca o registo de entrada e emite um comprovativo de como as obras foram devolvidas.