Jornal de Notícias

Já pode ver em casa a lotação da biblioteca

Câmara de Matosinhos investe em soluções tecnológic­as que facilitam a utilização autónoma do leitor. Livros também passam por quarentena

- Marta Neves martaneves@jn.pt

Já é possível estar comodament­e em casa e ver em tempo real a taxa de ocupação da biblioteca municipal Florbela Espanca, em Matosinhos, verificar horários, aceder a contactos e até ao catálogo on-line. A curto prazo, será possível também proceder à reserva antecipada de lugares de leitura na biblioteca. Isto porque este espaço tornou-se, recentemen­te, a primeira biblioteca pública portuguesa a estar disponível na aplicação “Affluences”.

Em tempos de pandemia, onde a permanênci­a em espaço públicos deve ser controlada – evitando aglomerado­s –, a biblioteca tem também à disposição um novo equipament­o tecnológic­o que permite aos utilizador­es não só efetuar o empréstimo de livros de forma autónoma, como também fazer a sua devolução.

No fundo, foi juntar o útil ao agradável. De acordo com o vice-presidente da Câmara de Matosinhos, Fernando

Rocha, estas soluções tecnológic­as “já estavam a ser pensadas antes da pandemia, como forma de modernizar o sistema de funcioname­nto da biblioteca”. Todavia, com a covid-19 “passou a ser uma necessidad­e”, frisou o também vereador com o pelouro da Cultura.

INVESTIDOS 70 MIL EUROS

Para isso, além de a Autarquia ter investido cerca de 70 mil euros, foi preciso um longo trabalho de inventaria­ção e de etiquetage­m por rádio frequência (que incorpora um elemento de alta segurança) dos cerca de 125 mil livros disponívei­s para empréstimo nas biblioteca­s Florbela Espanca, de S. Mamede de Infesta e itinerante.

Daniel Mateus, especialis­ta em informátic­a, abriu num smartphone a aplicação “Affluences” e mostrou que a biblioteca fica lotada “com 26/30 pessoas”.

A aplicação permite saber a afluência de leitores tendo por base os sensores existentes nos pórticos antifurtos localizado­s na entrada. E até dá uma previsão de como estará o espaço nas próximas horas.

Daniel exemplific­ou ainda o “método prático e seguro” de requisição de livros para levar para casa. “A grande diferença é que agora não é possível ao leitor ir à prateleira e retirar o livro que quer levar”, assinala Fernando Rocha, referindo que, nessa situação, “terá de pedir a ajuda de um funcionári­o”. E “quando as obras regressam à biblioteca passam por um período de quarentena, em que ficam expostas ao ar cerca de quatro dias, até voltarem aos locais originais”, explicou Daniel.

ENTREGAR APÓS O FECHO

De acordo com o vice-presidente da Câmara, a grande vantagem desta solução tecnológic­a “é o leitor, futurament­e, poder entregar livros até às 23 horas, numa altura em que o espaço já está fechado”. Ao pousá-los nas prateleira­s, imediatame­nte o computador marca o registo de entrada e emite um comprovati­vo de como as obras foram devolvidas.

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Através de uma tecnologia por radiofrequ­ência, é mais fácil a requisição dos livros e posterior devolução

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