Mais urgência
O Brasil registrou em 2015 a pior epidemia de dengue de sua história. Foram mais de 1,5 milhão de possíveis casos da doença e 811 mortes.
Viu, além disso, a chegada do vírus zika, que rapidamente se espalha pelo território. Já são pelo menos 500 mil casos suspeitos de contaminações, de acordo com o Ministério da Saúde.
No começo considerado pouco perigoso, o zika tornou-se motivo de preocupação depois que foi relacionado ao nascimento de bebês com microcefalia (cabeça menor do que o normal).
Tudo isso mostra as diversas falhas no combate ao mosquito transmissor das duas doenças, o famoso Aedes aegypti.
Como se não bastasse, dados do governo sobre a situação dos municípios mostram que o mosquito pode vir ainda mais forte em 2016.
Diante de tudo isso, seria de esperar que as autoridades se apressassem para conseguir meios mais eficazes de enfrentar a doença e o seu transmissor. Infelizmente, não é o que acontece. Um exemplo gritante é o da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Bu- tantan. Foram necessários oito meses para que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberasse a última fase de estudos clínicos do composto.
Essa etapa contará com cerca de 17 mil voluntários e irá testar a eficiência da vacina no combate à doença.
Claro que não é para queimar etapas e analisar de qualquer jeito. Mas, em situações de emergência como a atual, soluções mais ágeis deveriam ser buscadas.
A agência precisa rever seus trâmites diante de ameaças tão sérias à saúde dos brasileiros.