Polícia identifica 12 suspeitos de ofender Maju na internet
Ação em 8 Estados levou acusados para prestar depoimento. Um foi preso com material de pedofilia
Doze suspeitos, entre eles três adolescentes, de promoverem ofensas racistas à jornalista da “TV Globo” Maria Júlia Coutinho, a Maju, foram identificados, ontem, em operação do Ministério Público em oito Estados. Os suspeitos prestaram depoimento e tiveram celulares e computadores apreendidos —os aparelhos podem ter sido usados para organizar e fazer os ataques pelo WhatsApp e pelo Facebook.
Um dos suspeitos, apontado como o responsável por organizar o ataque virtual à jornalista, foi preso em flagrante em Sorocaba (99 km de SP) por possuir material de pedofilia em seu celular.
A ação policial foi organizada por promotores de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Foram cumpridos 25 mandatos de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Per- nambuco, Amazonas, Santa Catarina e Ceará.
O caso aconteceu em julho deste ano, quando Maju publicou uma foto em seu perfil de Facebook e recebeu vários comentários racistas. Desde então, o Gaeco rastreou dois grupos de internet que planejaram os ataques. O principal deles, o Facção Cogu, é formado por hackers e usa ofensas de cunho racial e religioso contra suas vítimas.
Segundo o promotor Christano Jorge Santos, a maioria confessou ter escrito as mensagens e ainda se comprometeu a entregar outros participantes dos grupos.
Na capital, os dois investigados são da Vila Maria (zona norte). Um de 19 anos se recusou a prestar depoimento e outro, de 21, negou participação no crime.
“As pessoas acham que estão navegando em um oceano de impunidade quando estão na internet, mas essa operação demonstra que todos podem ser alcançados pela lei”, disse Santos.
Os suspeitos podem responder por racismo, injúria qualificada, organização cibernética e corrupção de menores.