Funcionários da CPTM ganham mais que Alckmin
Lei determina que salário em empresa pública não seja maior que o teto de R$ 21,6 mil mensais
A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) tem 116 funcionários com remuneração maior que a do governador Geraldo Alckmin (PSDB), de R$ 21,6 mil —teto do funcionalismo estadual fixado na Constituição.
Pela lei, a companhia é obrigada a respeitar o limite por ser uma empresa pública dependente de recursos do governo —a subvenção à empresa foi de R$ 785 mi- lhões em 2014, 38% de sua receita. Em outubro, porém, empregados com cargos de chefia, como diretores, gerentes e chefes de departamento receberam acima de R$ 30 mil.
O governador assinou decreto determinando a divulgação dos salários de 44 mil funcionários das empresas públicas estaduais em agosto, mas o portal de transparência do Estado só passou a divulgar as informações na folha de outubro —a mais recente disponibilizada.
Os valores levados em consideração pela reportagem não contabilizam benefícios temporários como décimo terceiro e férias, que podem fazer a remuneração ultrapassar a casa dos R$ 70 mil.
O Metrô tem 269 funcionários nessa situação, mas, pela lei, não é obrigado a seguir o limite porque mantém pessoal e custeio com recursos próprios.
As duas companhias registraram as piores avaliações de passageiros em uma década, segundo pesquisa da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos).
O serviço do Metrô, que chegou a ser classificado 93% como bom ou ótimo em 2006, caiu para 64% em 2014. Já a CPTM, caiu de 50% para 40%.