Delcídio envolve Lula e Dilma em delação premiada
Supremo Tribunal Federal aprova testemunho de senador contra políticos do PT
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki confirmou ontem a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PTMS) sobre o esquema de corrupção da Petrobras à forçatarefa da Operação Lava Jato.
A colaboração do parlamentar traz citações à presidente Dilma Rousseff, ao expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministros e ex-ministros e ainda a integrantes da cúpula do PMDB no Senado e ao presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
Agora, os investigadores vão analisar se as menções feitas por Delcídio aos políticos trazem indícios mínimos que justifiquem a abertura de inquéritos.
Em sua delação, Delcídio também falou que Dilma Rousseff usou sua influência para evitar a punição de empreiteiros, ao nomear o ministro Marcelo Navarro para o STJ.
O senador, em seu relato, cita outros senadores e deputados, tanto da base aliada quando da oposição.
Segundo a publicação, o senador petista revelou que Dilma tentou três vezes interferir na Lava Jato com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Anteriormente, a petista tentou influenciar o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e buscou um acordo com o presidente do TJ de Santa Catarina, Nelson Schaefer.
Interferência
O senador Delcídio do Amaral disse que sua delação deixa “claro” que ele tinha sido escalado pela presidente Dilma Rousseff e pelo expresidente Lula “para barrar a Lava Jato”.
Ao site do jornal “O Globo”, Delcídio afirmou: ‘Cadê o governo que se dizia republicano, que nada interferiria nas investigações? A gravação do Aloizio [Mercadante] confirma o que eles sempre negaram. Na minha delação fica claro que fui escalado, como líder do governo, pela Dilma e pelo Lula, para barrar a Lava Jato‘.
Também a ‘O Globo‘, Delcídio voltou a acusar o ministro Edinho Silva (Comunicação Social). ‘O Edinho não sairá vivo deste processo. Ele arrecadava recursos ameaçando, na linha ’ou está com a gente ou está contra’‘.
Em seus depoimentos, Delcídio afirmou que Edinho o orientou a pagar dívidas de campanha, que somavam R$ 1 milhão, por meio de caixa dois viabilizado pelo laboratório EMS.