Aliado de Cunha será relator do impeachment
Comissão parece estar equilibrada, mas há uma tendência de o grupo a favor do impeachment crescer
Um dos nomes mais próximos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDBRJ), o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), vai relatar o processo de impeachment contra Dilma Rousseff na comissão especial formada na tarde de ontem. A pre- sidência da comissão vai ficar por conta do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), também próximo a Cunha.
Nenhum dos dois nomes estava entre as preferências do Palácio do Planalto, mas o desgaste político dos últimos tempos levou a um acordo entre base e oposição.
Em uma sessão tumultuada, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem, por 433 votos contra 1, a lista dos 65 deputados que vão compor a comissão especial.
Ao todo, 24 partidos indicaram deputados. Embora no papel o governo tenha maioria, na prática há uma divisão equilibrada entre apoiadores e adversários de Dilma, com tendência de o grupo pró-impeachment crescer nos próximos dias.
Houve bate-boca, provocações e coros simultâneos contra e a favor de Dilma.
Entre os indicados está o ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PP), recentemente condenado a três anos de prisão pela Justiça francesa sob a acusação de chefiar uma quadrilha de lavagem de dinheiro desviado de obras públicas no Brasil.
A comissão terá prazo de até 15 sessões do plenário —dez sessões são para a defesa de Dilma e mais cinco para a votação do relatório. A palavra final será dada pelo plenário em votação aberta e no microfone. O Senado é autorizado a abrir o processo de impeachment com 342 deputados a favor.