Motoristas do Uber querem fazer paralisação no dia 28
Grupo reclama que está recebendo menos porque empresa dá descontos na tarifa. Protesto terá carreata
Motoristas do Uber vão cruzar os braços no próximo dia 28 em várias cidades do país. A adesão deve ser maior em São Paulo.
O movimento, que está sendo organizado por meio de grupos de WhatsApp (aplicativo de mensagens no celular) vai reivindicar aumento da tarifa cobrada dos passageiros pela multinacional americana.
De acordo com motoristas, o Uber diminuiu, desde o fim do ano passado, em 15% o valor cobrado nas corridas, uma forma de a empresa se popularizar no país e disputar com os táxis.
Além disso, segundo esses motoristas, há cada vez mais pessoas dirigindo para o Uber, o que aumenta a concorrência. Por fim, o aplicativo faz um cálculo na região da chamada e, quanto mais motoristas há perto, menor é o valor da corrida.
Por causa disso, os motoristas reclamam de ter que trabalhar muito mais horas para manter o mesmo rendimento. “Para se ganhar o que se ganhava em oito horas de trabalho, agora é preciso dirigir por mais de 12 horas seguidas”, diz o motorista Sergio, 46 anos, que não informou o sobrenome.
A paralisação vai reivindicar aumento de 15% na tarifa cobrada.
Além de desligar o aplicativo por 24 horas a partir das 5h do dia 28, os motoristas também planejam organizar uma carreata por pontos centrais de São Paulo a partir do meio-dia.
Os itinerários ainda estão sendo discutidos, assim como as autorizações com os órgãos de controle de trânsito de São Paulo.
A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) considera o serviço ilegal e estuda a sua regulamentação. A discussão também está na Justiça.
Desconto
O Uber diz que, sempre que promove redução na tarifa, a empresa também recebe menos pela corrida (veja o quadro ao lado).
Os descontos na tarifa, diz a empresa, são uma forma de os motoristas conseguirem mais clientes e de ficarem menos tempo com o carro parado.