Passagem grátis para idosos dobra em 2 anos no metrô
Numero de idosos que andam de graça cresce 106% entre 2013 e 2015, o que leva Metrô a cortes
O número de idosos que podem andar de graça no Metrô de São Paulo mais que dobrou em dois anos, o que ajuda a aumentar a crise financeira da companhia.
Segundo dados obtidos pela reportagem via Lei de Acesso à Informação, o número que era de 25 milhões em 2013 chegou a 51 milhões no ano passado, um crescimento de 106% —isso considerando só o total de passageiros que usam o bilhete de idoso; é possível ainda andar sem pagar apresentando o documento de identidade na catraca.
Por trás desse crescimento está uma decisão da Assembleia Legislativa e do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Pelo Estatuto do Idoso, lei federal de 2003, a gratuidade só é obrigatória para maiores de 65 anos. Entre 60 e 65 anos, o benefício fica a critério de Estados e municípios.
No fim de 2013, a Assembleia paulista aprovou lei que estendia a gratuidade às maiores de 60 nos transpor- tes públicos estaduais (Metrô, CPTM e EMTU).
A norma foi regulamentada pelo governador em julho de 2014, mês em que a concessão do benefício disparou. Além de não pagarem pelo transporte estadual, os maiores de 60 anos têm gratuidade nos ônibus paulistanos e nos intermunicipais.
A expansão dessa política coloca mais pressão nas contas do Metrô, que busca soluções para sua crise financeira. Nesta semana, a empresa iniciou plano de demissões voluntárias, o que não ocorria desde 1998.
Além de ter de suportar mais usuários que não pagam, a companhia sofre com a redução nos repasses do governo do Estado para cobrir essas gratuidades.
Também estão contemplados por gratuidades estudantes (com desconto de 50% ou 100%), desempregados e deficientes, além de PMs, guardas metropolitanos e oficiais de Justiça. As verbas relativas a essas viagens são o único apoio estatal que o Metrô recebe. Sem receber integralmente esses recursos, como ocorreu no ano passado, a empresa é forçada a abrir mão de investimentos e a cortar custos.