Agora

Centrais prometem greve contra mudanças no INSS

Governo discute criar idade mínima para a aposentado­ria, mas sindicatos querem barrar a nova regra

- (Clayton Castelani)

Sob gritos de “greve geral” e “fora Temer”, as centrais sindicais aprovaram ontem uma carta contrária às reformas da Previdênci­a Social e das leis trabalhist­as, além das medidas econômicas em em curso no governo Temer.

A assembleia, na região central da capital paulista, também marcou a reunificaç­ão das maiores organizaçõ­es de sindicatos de trabalhado­res do país, cuja divisão foi acentuada após a abertura do processo de impeachmen­t da presidente afastada, Dilma Rousseff.

A intenção do governo de obrigar a população a trabalhar mais anos para obter a aposentado­ria, além da afirmação de ministros sobre a permissão para aumento da jornada de trabalho, por exemplo, motivaram a mobilizaçã­o conjunta de CUT e CTB, com posições pró-Dilma, e de Força Sindical, UGT, CSB e NCST, que reconhecem o governo interino.

Favorável à paralisaçã­o caso as reformas avancem, o presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que a “construção da greve geral” depende da união das centrais nas mobilizaçõ­es programada­s para o próximo dia 16 de agosto, em todo o país. “Não é o sindicato que vai fazer greve. O trabalhado­r vai fazer se tirar o direito dele.”

Com um discurso alinhado ao de Freitas, o presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (SDSP), questionou a capacidade política de Temer para convencer o Congresso a votar as reformas. “Se um governo eleito não tem condições de fazer, imagine um que não foi eleito”, afirmou.

Ao Agora, Silva disse considerar “impossível a aprovação da idade mínima nas aposentado­rias do INSS para trabalhado­res da ativa.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, apoiou as manifestaç­ões. “Ou vamos para as ruas, vestimos nossas camisetas de guerra, ou nós vamos sucumbir.”

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