Ex-ministro Paulo Bernardo é indiciado pela Polícia Federal
Paulo Bernardo é acusado de desviar recursos de crédito consignado de servidores federais
O ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo foi indiciado ontem, pela Polícia Federal (PF), por corrupção passiva e participação em organização criminosa no âmbito da Operação Custo Brasil, desdobramento da Operação Lava Jato que investiga desvio de dinheiro de contratos de crédito consignado oferecido a servidores públicos.
Os ex-tesoureiros do PT Paulo Ferreira e João Vaccari Neto foram indiciados pelos crimes de organização criminosa e tráfico de influência. Vaccari também é acusado de lavagem de dinheiro.
Eles teriam participado de um esquema que desviou mais de R$ 100 milhões entre 2010 e 2015.
O relatório da PF foi enviado para a Justiça Federal na última sexta-feira e segue para o Ministério Público Federal, que vai decidir se denuncia ou não os indiciados.
No dia 23 de junho, Paulo Bernardo foi preso acusado de receber R$ 7,1 milhões em propina da Consist, empresa proprietária do software que gerenciava o crédito consignado. Segundo a PF, a empresa cobrava a mais dos servidores federais na taxa sobre o serviço e repassava os valores para o PT através de empresas.
Ele foi liberado seis dias depois. Na ocasião, ele afirmou que a prisão foi ordenada para constrange-lo e havia sido desnecessária.
O ex-ministro da Previdência Social Carlos Gabas não foi indiciado. Segundo os policiais, as investigações sobre a participação dele devem ser aprofundadas.
Paulo Bernardo, Paulo Ferreira e Carlos Gabas estão com os bens bloqueados por ordem do juiz Paulo Bueno de Azevedo, da sexta vara da Justiça Federal.
Segundo a decisão, Ferreira pode ter bloqueado até R$ 755 mil e o no caso do exministro o valor pode chegar a R$ 102 milhões. A conta é baseada na responsabilidade de cada um no esquema e o caráter do bloqueio é solidário, ou seja, a soma dos bloqueios deve dar R$ 102 milhões.