Abatida, acusada chorou cinco vezes
Com cabelo comprido, vestida com um terninho preto, camisa azul e calçando uma sapatilha baixa. Foi assim que Elize Araujo Kitano Matsunaga, 34 anos, se apresentou no júri de ontem. Abatida, chorou ao menos cinco vezes. Uma delas foi quando uma das babás disse que ela era uma boa mãe.
Ex-garota de programa, bacharel em direito e técnica em enfermagem, Elize per- maneceu a maior parte do tempo calada, sem nem mesmo conversar com seus advogados, como é comum neste tipo de julgamento.
Durante a maior parte do tempo, Elize ficou com o olhar cabisbaixo, entrelaçando os dedos ou segurando o lenço com o qual limpava as lágrimas assim que começava a chorar.
Mesmo nos momentos mais tensos do júri, como no depoimento do detetive Willian Coelho de Oliveira, que descreveu com detalhes a traição do marido com a amante, Elize não gesticulou, tampouco fez qualquer movimento de reprovação, aprovação ou lamento.
No primeiro dia, ficou fora do plenário apenas no segundo depoimento, da babá Mauriceia José Gonçalves dos Santos. A ex-funcionária de Elize disse que tinha receio de falar na frente dela. “Fiquei com cisma dela depois do que houve. Ela pode ficar com raiva de mim porque falei da serra elétrica”, disse.
Quando o juiz encerrou os trabalhos no primeiro dia, Elize chorou novamente. Durante o julgamento, ela ficará em um centro de detenção provisória na capital. Presa desde 2012, a ré fica na Penitenciária de Tremembé (147 km de SP)