FFalltta de cccombussstttííívelll pode ter causado queda de avião
Chefe da Aviação Civil colombiana disse que não havia indícios de combustível em destroços da aeronave
Uma das possíveis causas do acidente com o avião da Chapecoense é a chamada pane seca, termo usado quando falta combustível na aeronave. O piloto Miguel Quiroga, contudo, relatou “graves falhas elétricas” antes de o avião cair, segundo o chefe da Aviação Civil da Colômbia, Alfredo Bocanegra.
O voo também enfrentou uma tempestade e caiu em uma região montanhosa e de difícil acesso. O avião ainda deu duas voltas em círculos antes de sumir dos radares.
A hipótese de pane seca é apontada porque não foram encontrados indícios de combustível ou de fogo nos destroços do avião, segundo Bocanegra. Porém, de acordo com jornais colombianos, a aeromoça Ximena Suárez, que sobreviveu à tragédia, disse que o piloto descartou combustível para evitar uma explosão na queda.
“Mas, ao que me consta, esse avião não tinha esse dispositivo de descarte. Parece mesmo que foi uma pane seca. E, se houver pane seca chegando ao aeroporto, o seguro não paga. É como bater o carro bêbado”, disse Fernando Catalano, professor de Engenharia Aeronáutica da USP, de São Carlos.
O professor também aponta riscos da viagem de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, para Medellín, na Colômbia, que é de aproximadamente 3.000 km, pois a autonomia da aeronave é de 2.900 km. “É um voo bastante arriscado, porque dá no talo. Em boas condições meteorológicas, é possível concluí-lo, mas com a tempestade desse voo da Chapecoense, o gasto de combustível é maior.”
Voo em círculos
O coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da Faculdade Estácio, Marcus Rei, explicou que um voo em círculos, chamado órbita, é um procedimento normal antes da aterrissagem.
Geralmente é feito em três situações: solucionar alguma pane mecânica ou elétrica, quando o aeroporto de destino fecha ou dar prioridade a outra aeronave em emergência. Também pode ser realizado durante a aproximação de um avião ao aeroporto em que vai pousar.
Na noite do acidente com o avião da Chapecoense, um Airbus da companhia Viva Colômbia declarou emergência em seu voo, segundo a associação de aviadores civis da Colômbia, e solicitou à torre de Medellín a prioridade para descer no aeroporto.
Especialistas ouvidos pela reportagem disseram que a forma que os destroços foram encontrados no solo podem indicar como foi a queda do avião. Segundo o consultor de aviação civil Shailon Ian, o fato de o acidente ter sobreviventes indica que foi uma colisão com pouca energia, ou seja, o avião estava em baixa velocidade, sem potência nos motores e preparado para pouso. “A tragédia poderia ter sido pior”, diz Ian. La Paz Santa Cruz de La Sierra Equipes de resgate trabalham após a queda