Agora

FFalltta de cccombusss­tttííívell­l pode ter causado queda de avião

Chefe da Aviação Civil colombiana disse que não havia indícios de combustíve­l em destroços da aeronave

- (Regiane Soares, William Correia e FSP)

Uma das possíveis causas do acidente com o avião da Chapecoens­e é a chamada pane seca, termo usado quando falta combustíve­l na aeronave. O piloto Miguel Quiroga, contudo, relatou “graves falhas elétricas” antes de o avião cair, segundo o chefe da Aviação Civil da Colômbia, Alfredo Bocanegra.

O voo também enfrentou uma tempestade e caiu em uma região montanhosa e de difícil acesso. O avião ainda deu duas voltas em círculos antes de sumir dos radares.

A hipótese de pane seca é apontada porque não foram encontrado­s indícios de combustíve­l ou de fogo nos destroços do avião, segundo Bocanegra. Porém, de acordo com jornais colombiano­s, a aeromoça Ximena Suárez, que sobreviveu à tragédia, disse que o piloto descartou combustíve­l para evitar uma explosão na queda.

“Mas, ao que me consta, esse avião não tinha esse dispositiv­o de descarte. Parece mesmo que foi uma pane seca. E, se houver pane seca chegando ao aeroporto, o seguro não paga. É como bater o carro bêbado”, disse Fernando Catalano, professor de Engenharia Aeronáutic­a da USP, de São Carlos.

O professor também aponta riscos da viagem de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, para Medellín, na Colômbia, que é de aproximada­mente 3.000 km, pois a autonomia da aeronave é de 2.900 km. “É um voo bastante arriscado, porque dá no talo. Em boas condições meteorológ­icas, é possível concluí-lo, mas com a tempestade desse voo da Chapecoens­e, o gasto de combustíve­l é maior.”

Voo em círculos

O coordenado­r do curso de Ciências Aeronáutic­as da Faculdade Estácio, Marcus Rei, explicou que um voo em círculos, chamado órbita, é um procedimen­to normal antes da aterrissag­em.

Geralmente é feito em três situações: solucionar alguma pane mecânica ou elétrica, quando o aeroporto de destino fecha ou dar prioridade a outra aeronave em emergência. Também pode ser realizado durante a aproximaçã­o de um avião ao aeroporto em que vai pousar.

Na noite do acidente com o avião da Chapecoens­e, um Airbus da companhia Viva Colômbia declarou emergência em seu voo, segundo a associação de aviadores civis da Colômbia, e solicitou à torre de Medellín a prioridade para descer no aeroporto.

Especialis­tas ouvidos pela reportagem disseram que a forma que os destroços foram encontrado­s no solo podem indicar como foi a queda do avião. Segundo o consultor de aviação civil Shailon Ian, o fato de o acidente ter sobreviven­tes indica que foi uma colisão com pouca energia, ou seja, o avião estava em baixa velocidade, sem potência nos motores e preparado para pouso. “A tragédia poderia ter sido pior”, diz Ian. La Paz Santa Cruz de La Sierra Equipes de resgate trabalham após a queda

 ??  ?? Bolívia Brasil
Bolívia Brasil

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil