Elize atira bem e tentou enganar família, diz cunhado
Irmão de Matsunaga diz que a acusada mandou um e-mail fingindo que Marcos estava vivo e bem
O executivo da Yoki Mauro Kitano Matsunaga, 43 anos, disse ontem, no Fórum Mário Magalhães, na Barra Funda (zona oeste), que a cunhada Elize Araújo Kitano Matsunaga tentou enganar a família depois de ter matado e esquartejado o marido, Marcos Kitano Matsunaga, em maio de 2012. Mauro também afirmou aos jurados que Elize atirava muito bem.
A declaração ocorreu no segundo dia do júri de Elize, ontem, dia em que ela fez aniversário de 35 anos.
Segundo Mauro, Elize tentou se mostrar preocupada com o sumiço do marido. Um dia após ter esquartejado o corpo de Marcos, no apartamento do casal, na Vila Leopoldina (zona oeste), Elize reuniu a família do marido para dizer que Marcos tinha um caso, exibindo inclusive imagens da traição —ela havia contratado um detetive.
Mauro afirmou que, quatro dias após o crime, a cunhada enviou e-mail para o cunhado e para uma secretária de Marcos fazendo se passar por ele, dizendo que estava tudo bem. Elize tinha a senha do notebook de Marcos e teria jogado fora o equipamento após mandar os e-mails.
O executivo disse que um programa de computador re- velou que o e-mail foi enviado da Brasilândia (zona norte de SP).
Mauro falou também que o irmão sempre disse que Elize atirava melhor do que ele. O casal tinha um verdadeiro arsenal no apartamento onde vivia e gostava de caçar.
Descoberta
Segundo Mauro, a família só soube que Elize foi garota de programa após a morte da vítima, quando a imprensa divulgou o fato.
Falou também que o irmão gastava muito com a mulher, mais do que consigo mesmo. “O que a gente percebia era um relacionamento normal. Nada indicava que pudesse chegar a esse fato (o assassinato)”, disse.
Mauro chorou duas vezes na audiência. Primeiro, ao relembrar dois momentos: em que identificou a cabeça do irmão em imagens de computador e ao vê-la no IML (Instituto Médico Legal), em Cotia (Grande SP), onde o corpo foi deixado por Elize. “Eu não queria acreditar que era ele”, disse.
Mauro voltou a chorar no fim do depoimento, ao relembrar o irmão.
Durante todo tempo, a acusação tentou mostrar Marcos como uma pessoa amorosa com a filha do casal e atencioso em relação à mulher. A defesa fez poucas perguntas e não pressionou o irmão da vítima, para evitar se indispor com os jurados.