Alckmin pede cuidado com delação da Odebrecht
O governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) disse que “é preciso ter cuidado” com acusações de que ele supostamente recebeu propina de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, uma vez que os episódios em que teria sido citado não foram esclarecidos.
“Quero deixar clara a total defesa intransigente de investigação e esclarecimento favorável à Lava Jato”, afirmou, ontem.
Segundo a revista “Veja”, Alckmin aparece em planilhas de pagamento de propina da Odebrecht com o apelido “santo”.
A publicação disse ter confirmado essa informação com três fontes que participam do acordo de delação da em- preiteira, considerado o mais explosivo da Lava Jato. Nenhum dos delatores da Odebrecht afirmou ter discutido repasse de propina diretamente com o governador, ainda segundo a revista.
O primeiro episódio se refere à duplicação da rodovia Mogi-Dutra, inaugurada em 2002. Alckmin registrou que a obra foi feita pela Queiroz Galvão. “A Odebrecht nem ganhou a licitação nem executou a obra”, disse.
O segundo episódio está relacionado à construção da linha 4 - Amarela do Metrô, em 2004. O “santo” seria o beneficiário de um repasse de campanha de R$ 500 mil.
“2004 foi [ano de eleição] municipal, e eu nem candidato fui”, afirmou. “Então, é preciso ter cuidado com essas questões”, disse o tucano, que governou entre 2001 e 2006 e voltou em 2011.