Tragédia enorme dá vida à solidariedade no futebol
Tristeza não tem fim, felicidade, sim... Alô, povão, agora é fé! Não há clima para falar de outro assunto que não a tragédia aérea que vitimou a delegação da Chapecoense e colegas jornalistas. As causas do acidente e as consequências serão debatidas por muito tempo e absolutamente nada do que for apurado vai mudar o fato de que vidas foram perdidas, mas, reiterando que todo o resto é menor, tentemos focar no esporte.
Achei muito bonita —e sincera— a homenagem de todos os clubes brasileiros à Chapecoense. Até porque não ficaram apenas em frases vazias. A solidariedade se mostrou real com propostas como empréstimos de jogadores e até a solicitação de que a Chapecoense não seja rebaixada nas próximas três temporadas, algo que me pareceu até um exagero que pode ser explicado pelo calor da emoção.
Real Madrid, Barcelona e Benfica (que também colo- cou atletas à disposição) e outros clubes mundo afora fizeram um minuto de silêncio antes dos treinos, e o Torino, vítima de outro acidente que, em 1949, matou todo o time que era a base da seleção italiana, também mostraram compaixão.
O futebol, como o esporte em geral, muitas vezes representa a guerra. Em nome da “alegria”, o esporte abriga racismo, homofobia, covardia, xenofobia, violência e tudo que é há de mais animalesco na raça humana.
Agora, paradoxalmente, por causa da imensurável tristeza, o futebol mostra também que pode despertar a compaixão, o amor, a solidariedade. A dor ensina. E se há algo de positivo nessa tragédia é que as mortes deram vida a sentimentos nobres, que estavam mortos e enterrados. Força, Chape! Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!